Umuarama

SOLIDARIEDADE

Voluntárias se unem para atender animais em situação de rua em Umuarama

14/02/2023 11H37

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Quando falamos em animais abandonados, a primeira ideia é a Sociedade de Amparo aos Animais (Saau), criada ainda na década dos anos 1990. Mas Umuarama conta também com uma rede de voluntários, a maioria formada por mulheres, que disponibiliza tempo e recursos para atender cães e gatos que vivem nas ruas da cidade.

Esses grupos não têm personalidade jurídica, mas através de redes sociais, conseguem se encontrar,

se organizar para aumentar a rede de proteção e também buscar auxílio financeiro para bancar custos com castração e tratamentos veterinários de animais feridos que são resgatados.

Voluntariado

Um deles é o “Mãos que acolhem por amor”, idealizado há cerca de um ano pela artesã Cristiane Pereira de Almeida. Ela conta que cada voluntária já atuava isoladamente, mas a partir da união, que começou com 6 mulheres e hoje conta com 17 membros, o trabalho ganhou forma e organização.

As participantes contribuem com mensalidades (cada uma com o valor que dispõe, dentro de sua realidade financeira) para bancar a castração e principalmente a compra de ração, que é distribuída diariamente em pontos conhecidos como colônias, por haver concentração de animais abandonados, em sua maioria formada por gatos. Elas dividiram a cidade em regiões para facilitar que ao menos duas vezes ao dia os bichinhos sejam alimentados.

Necessidades básicas

Jornal Ilustrado - Voluntárias se unem para atender animais em situação de rua em Umuarama

“Primeiro focamos na necessidade básica deles, que é a alimentação e vamos realizando as castrações aos poucos, com o dinheiro que conseguimos levantar”, explicou Cristiane. Ela contou que em 2022 o grupo conseguiu castrar 57 animais, principalmente fêmeas, que depois de passar pelo pós-cirúrgico são disponibilizados para adoção. Quem não é adotado, é devolvido ao ambiente em que foi encontrado e monitorado através da alimentação diária.

“Nosso objetivo é a castração, pois somente assim vamos reduzir a quantidade de animais nas ruas”. Como exemplo, Cristiane citou uma casa abandonada, na região do Jardim Cima, onde haviam 27 gatos e hoje restam apenas dois adultos. Muitos conseguiram novos lares, outros morreram atropelados, pelo local ser movimentado.

No primeiro momento, as voluntárias capturaram os filhotes e buscaram tutores responsáveis. No segundo momento, o foco foi para as gatas, que foram sendo castradas e também disponibilizadas para adoção até que todo o grupo passasse pela castração, que é bancada pelo grupo através de mensalidades e promoções.

Responsabilidade

Jornal Ilustrado - Voluntárias se unem para atender animais em situação de rua em Umuarama

Já a voluntária Lilian Akemi, de 31 anos, mora no bairro Guarani e acaba assistindo os animais que vivem no bairro e nos arredores sozinha. Em sua casa há chegou a abrigar 23 animais, principalmente gatos. Sem papas na língua, desabafa: “as pessoas têm que ser mais responsáveis com os seus animais. Tem gente que tem condições de bancar uma castração, mas prefere ver ninhada atrás de ninhada, que acabam abandonados nas ruas. Isso é um descaso”, ressaltou Akemi.

Ela conta que além do alimento, também procura pegar esses animais e providenciar a castração. Ela recorre principalmente a Saau e ao programa CastraPet, do Governo do Estado e que atende em Umuarama algumas vezes ao ano, mas também banca do bolso.

Castração

Akemi consegue encaminhar esses animais abandonados para castração por estar inscrita no Cadastro Único (CadÚnico) do governo Federal.

Já as voluntárias do “Mãos que acolhem por amor” não conseguem acesso ao atendimento para castração na Saau por não se enquadrarem como pessoas de baixa renda, mesmo quando buscam o atendimento para animais que são resgatados das ruas da cidade e são efetivamente abandonados.

Mensalmente a Prefeitura de Umuarama repassa para a Saau o valor correspondente a 50 castrações de animais destinados a tutores sem condições de arcar com o custo. Segundo a presidente da entidade, Ana Polaquini, o critério adotado é o CadÚnico. Se quem procura não estiver nesse cadastro, não consegue entrar na fila para a castração, mesmo no caso das voluntárias.

Segundo informado pela Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Umuarama, o repasse feito pelo Município é de apoio a entidade, que é uma associação privada, e, portanto, não estipula regras para o funcionamento da entidade, mesmo no tocante as castrações.

Além da Saau, a cidade conta ainda com dois hospitais veterinários universitários, que também realizam os procedimentos de castração, a um valor diferenciado das clínicas particulares.

SERVIÇO

Quem quiser colaborar com as voluntárias do projeto “Mãos que acolhem por amor”, basta entrar em contato através dos what’sApp 44-98423-90623 ou 44-99988-3290 e adquirir uma das pizzas que estão sendo vendidas para bancar o tratamento médico de animais em situação grave.

O investimento é de apenas R$ 30,00

A retirada das pizzas será no dia 25/02/20223.