ESPAÇO SAÚDE
Por Augusto Legnani Neto,
Com o recente ‘boom’ das inteligências artificiais, a saúde emergiu como um dos campos mais pesquisados, com o constante surgimento de novos modelos e sistemas. Este avanço leva à reflexão sobre se a inteligência artificial poderá um dia substituir médicos. Pesquisas indicam que, enquanto a população mais jovem tende a preferir sistemas de IA devido a custos menores e familiaridade tecnológica, pessoas acima de 40 anos geralmente preferem a interação humana.
Especialistas em saúde sugerem uma abordagem híbrida, mesclando a empatia humana com a precisão da IA, como evidenciado em estudos como o da revista JAMA, intitulado ‘Measuring the Impact of AI in the Diagnosis of Hospitalized Patients’, que conclui que a colaboração entre humanos e IA pode levar a melhores resultados. No entanto, há preocupações com uma crescente dependência dessas tecnologias e os potenciais erros que podem advir de sistemas mal projetados ou com dados insuficientes, que no trabalho citado, influenciaram médicos de maneira negativa, levando a uma piora na capacidade diagnóstica dos mesmos. Este equilíbrio é reforçado por inovações recentes, como o uso de IA para tarefas clínicas e administrativas e o desenvolvimento da IA generativa, que cria dados sem comprometer informações reais de pacientes (How AI will – and won’t – change health care in 2024 | University of Toronto). A importância de sistemas de IA que permitem decisões finais aos clínicos é ressaltada pela Healthcare IT News, alinhando-se às tendências regulatórias atuais “Welcome to the ‘new normal’ in healthcare | Healthcare IT News”. A Worldhealth.net enfatiza o papel crescente da IA em diagnósticos precisos, medicina personalizada e prevenção de doenças (How Will AI Transform Healthcare in 2024 and Beyond).
Apesar desses avanços, é vital lembrar que a tecnologia é suscetível a erros e manipulações. Portanto, seu uso deve ser criterioso, reconhecendo que ainda estamos longe de sistemas infalíveis. A empatia, o caráter e o contato humano permanecem como elementos fundamentais, complementando a tecnologia para um atendimento ao paciente mais eficiente e centrado.
E você leitor confiaria sua saúde a uma inteligência artificial??
Augusto Legnani Neto, médico especialista em oftalmologia e professor universitário, analisa o impacto crescente da IA na saúde.