Cotidiano

GOLPE DAS JOIAS

Vítimas estimam prejuízo de R$ 1 milhão e dizem que recuperadas são semijoias

01/09/2020 07H00

Jornal Ilustrado - Vítimas estimam prejuízo de R$ 1 milhão e dizem que recuperadas são semijoias

Segunda-feira (31) foi o dia para que as vítimas da estelionatária de joias fossem até a delegacia da Polícia Civil de Umuarama para prestar depoimentos e reconhecer as peças recuperadas na última sexta-feira (28), na residência da suspeita, no Parque San Remo.

OURO

A mulher foi presa preventivamente na sexta-feira (28) acusada de aplicar um golpe estimado inicialmente em meio milhão, mas segundo as vítimas o prejuízo pode passar de R$ 1 milhão. Elas afirmam que a suspeita estaria com ao menos três quilos de ouro em peças que ainda não foi localizado. Pela cotação de segunda-feira o grama estava R$ 346. Com isso, o valor total somente em joias é de R$ 1,038 milhão. A cotação é variável.

SEMIJOIAS

Outra informação repassada pelas vítimas é que todo o material recuperado na casa da estelionatária são apenas semijoias. “Não tem nenhuma peça de ouro. E entre as semijoias nenhuma era minha”, relatou uma comerciante de Umuarama, que pediu para não ser identificada. Ela amarga um prejuízo de R$ 90 mil dividido em 44 folhas de cheques sustadas pela suspeita.

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PREJUÍZO

Segundo o distribuidor de empresas de joias e semijoias Reinaldo Gomes, o valor recuperado até o momento é de no máximo R$ 30 mil. “Deste total, se tiver perto de R$ 5 mil em peças minhas é muito”, contou.

O prejuízo de sua empresa é estimado em R$ 120 mil. “Eu sou representante dessas fábricas. Recebo comissão. Se ela não pagar, eu tenho que pagar para a fábrica. Parte deste prejuízo já tive que arcar”, contou com as 20 folhas de cheques devolvidos pelo banco nas mãos.

MAIS VÍTIMAS

Em contato com outros comerciantes, as vítimas já descobriram que os braços da estelionatária foram longe: Maringá, Londrina e o Estado de São Paulo. Todos os golpes foram aplicados no segundo semestre de 2019 e somente em abril de 2020 o caso chegou até a polícia.

“Ela começou a comprar e pagava direito. Acho que fez isso para ganhar a nossa confiança, mas no segundo semestre os cheques começaram a ser sustados antes do vencimento”, relatou uma das comerciantes.

CHEQUES SUSTADOS

A estimativa é que pelo menos 300 folhas de cheques de conta em titularidade da suspeita foram sustados junto a agência bancária, antes do vencimento. ‘Eu tenho 20 cheques, mas tem gente com 77 folhas e R$ 186 mil em prejuízo”, afirmou Reinaldo Gomes.

ESTELIONATO

As vítimas acreditam que a estelionatária teria planejado os golpes com antecedência. “Ela comprava de mim, que sou distribuidor e vendo pelo preço de fábrica e também de comerciantes que tem o valor final ao consumidor. Se fosse para revender não teria porque comprar dos lojistas”, afirmou Gomes.

O GOLPE

Segundo o delegado adjunto da 7ª SDP, Gabriel Menezes, a mulher, identificada como I.C.D. comprava joias e semi-joias com cheques pré-datados e antes da data do vencimento sustava os mesmos junto aos bancos, deixando as vítimas sem as joias e sem o dinheiro.

REDES SOCIAIS

A investigada possui um perfil em uma rede social onde ela comercializa as joias adquiridas e não pagas. As próprias vítimas acreditam que a estelionatária tenha pulverizado as peças de joias e semijoias junto a ‘sacoleiras’ para revenda em toda a região. “Ela ainda não vendeu essas peças de ouro. Três quilos é o que vendo em um ano”, arrematou uma das vítimas.

A POLÍCIA

Segundo o delegado Gabriel Menezes, as vítimas trouxeram novas informações que serão averiguadas pela polícia. “Por enquanto não tenho condições de adiantar novas informações”, afirmou.