saúde pública
Com a incidência persistente de chuvas, um antigo problema de saúde pública volta a ficar evidente em Umuarama: a proliferação do caramujo africano. O excesso de umidade é favorável para o desenvolvimento do molusco, que além de sua presença incômoda em qualquer lugar onde é visto também pode transmitir doenças. Por isso, o manuseio correto é importante.
O alerta é do Serviço de Vigilância em Saúde Ambiental, da Secretaria Municipal de Saúde. “Infelizmente o caramujo africano se tornou uma praga impossível de ser erradicada. Ele é exótico (ou seja, não pertence à nossa fauna) e devido às condições favoráveis do nosso clima e à falta de predadores, se prolifera com facilidade. Erradicá-lo é praticamente impossível, mas se cada um fizer a sua parte as populações podem ser controladas”, explica a coordenadora da Vigilância Ambiental, Renata Ferreira.
No entanto, alguns cuidados são necessários. Para manusear o caramujo é importante proteger as mãos com luvas ou sacos plásticos. Dessa forma se evita o contágio de doenças. “Os animais devem ser recolhidos em um saco plástico. Depois, o morador deve cavar um buraco bem fundo (enter 50 e 80 cm), jogar uma camada de cal, depositar os caramulos, jogar mais cal por cima e enterrar”, orienta Renata.
O morador também deve limpar o terreno e eliminar materiais que possam servir de abrigo, como telhas, tijolos, madeiras velhas, sobras de construção e qualquer tipo de entulho que preserve umidade. Mesmo o excesso de plantas favorece a proliferação do animal, cujo aparecimento aumenta bastante em períodos chuvosos, como agora. “Se você jogar sal, por exemplo, eliminará apenas o caramujo adulto, mas os ovos dele permanecerão viáveis e poderão se desenvolver”, alertou.
DOENÇAS
O caramujo africano pode transmitir dois tipos de vermes – o Angiostrongylus cantonensis, causador da angiostrongilíase meningoencefálica humana, que provoca fortes dores de cabeça, rigidez da nuca e distúrbios do sistema nervoso; e o Angiostrongylus costaricensis, causador da angiostrongilíase abdominal, doença grave que pode resultar em morte por perfuração intestinal, peritonite e hemorragia abdominal.
Os agentes de combate a endemias do município realizam o controle em espaços públicos, como o Bosque Uirapuru, porém a população é responsável por cuidar dos próprios quintais. “É o mesmo caso da dengue. Da mesma forma que devemos eliminar os criadouros do mosquito transmissor nas nossas casas, também devemos combater a proliferação do caramujo africano para evitar que nós mesmos sejamos vítimas desses animais”, completou a coordenadora Renata Ferreira.