Comércio
O Sindicato Patronal do Comércio e o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio realizaram a primeira rodada de conversas para a Convenção Coletiva, texto que determina regras de abertura de lojas e salários. A reunião foi na última terça-feira e teve como pauta central: a possibilidade dos empresários de Umuarama abrirem suas empresas, conforme a expectativa de vendas, até 22 horas.
Segundo o presidente do Sindicato Patronal, José Carlos Strassi, a convenção coletiva que rege as normas do trabalho e abertura das lojas de Umuarama já venceu, e a primeira conversa entre os sindicatos foi realizada na última terça-feira (11). “Levamos nossa oferta de reajuste que seria o índice da inflação 1,76% (INPC). Mas antes disso, a discussão entre as partes ficou na questão de abertura das empresas em horários diferenciados”, disse.
O assunto acalorou a conversa entre os sindicalistas e diz respeito ao decreto sancionado pelo prefeito Celso Pozzobom, no último dia 27 de agosto, o qual legisla sobre o funcionamento do comércio e afins. A legislação promove a possibilidade dos comerciantes e prestadores de serviços a abrirem as empresas das 8 horas às 22 horas.
O presidente Strassi não crê que os empresários vão abrir suas lojas todos os dias até as 22 horas, mas com o decreto abriu liberdade para o comerciante poder trabalhar e gerar empregos. “Não falamos em escravizar o funcionário, mas em abrir novos empregos. Vemos essa legislação como uma liberdade de trabalho. Vamos pegar uma loja que faz aniversário como exemplo, o proprietário vai poder abrir a empresa neste dia comemorativa em horário diferenciado, após acordo direto com os funcionários, visando as vendas”, explicou.
Sem acordo entre as partes, uma nova reunião foi agendada para o dia 2 de outubro e as discussões devem se manter em relação da flexibilidade das empresas na questão da abertura.
O presidente da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Umuarama (Aciu), Orlando Luiz Santos, vê com bons olhos a regulamentação do horário de funcionamento das empresas locais, observando que ela confere ‘modernidade ao município’. “Acredito que toda a sociedade deveria comemorar a edição deste Decreto, pois ele traz modernidade à nossa cidade, que é polo regional e referência para outras cidades. O desenvolvimento econômico de um município está atrelado à força da classe empresarial e essa liberdade de decisão – de poder abrir e fechar sua empresa em horário flexível – traz poder ao empresário”, analisa. Santos faz questão de destacar que o Decreto 201/2018 não é autoritário ou impositivo, pois trata apenas de regulamentar algo que é de responsabilidade do Poder Executivo. “Não é porque o Decreto diz que uma empresa poderá funcionar das 8 horas às 22 horas que ela terá a obrigação de ficar 16 horas de portas abertas. Isso é muito claro. Agora, se uma empresa quiser abrir às 10 horas, ao meio-dia, às 14 horas ou às 17 horas, é uma decisão inteiramente de seus proprietários ou responsáveis. Só isso”, detalha.