Umuarama

PET ILUSTRADO

Seu PET apresenta comportamento difícil? O etólogo clínico pode ajudar

29/06/2020 08H20

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Cães e gatos estão saindo dos quintais e assumindo status de membros da família, dentro das casas ou nos apartamentos. A humanização dos pets vem promovendo alterações de comportamentos e os animais de estimação começam a vivenciar problemas que antes não tinham. Neste cenário de sintomas que vai além do físico, entra em cena um novo profissional, o comportamentalista ou etólogo clínico.

Segundo o etólogo clínico de Umuarama, Luiz Augusto Santos Rodrigues, a humanização dos pets proporciona alguns agravantes na saúde física, mas também, promove um número cada vez maior de desvios comportamentais. Os problemas vão desde ansiedade por separação, timidez, agressividade e até problemas psicossomáticos.

“Cada vez mais as clínicas veterinárias são procuradas para tentar auxiliar na estabilização e recuperação dos problemas, que também podem ter causa fisiológica. Mas na maioria das vezes, têm sua origem nas falhas de comunicação entre humanos e pets e nos rituais viciosos que criamos para eles”, ressaltou Rodrigues.

Entretanto isso não significa que não podemos amar os pets e considerá-los como “filhos”, ressaltou Luiz Augusto. “Ao contrário, não há manifestação de respeito e amor maior do que ser tratado de acordo com a realidade. Temos que dar toda atenção, carinho e zelo que merecem”, disse.

O PAPEL DO ETÓLOGO

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Quando é constatado que a causa da patologia do animal de estimação não é clínica, o etólogo clínico entra em cena. “Para situações mais simples, a ajuda de um bom adestrador é suficiente. No entanto, dependendo da gravidade de cada situação, é preciso procurar a ajuda de um comportamentalista”, disse o entrevistado.

Luiz ressaltou que é importante esclarecer a diferença entre o adestrador e o comportamentalista. Conforme o especialista, o adestrador é um condicionador de rotinas e comandos, que são truques ensinados mediante repetição e reforço positivo. O etólogo também pode ter prática e conhecimento de adestramento, mas precisa saber mais.

“Etólogo clínico tem conhecimentos voltados ao bem-estar, tanto do animal de estimação, quanto dos tutores. Esse conhecimento é aplicado na relação desses dois, com práticas, técnicas e conhecimento que têm por objetivo melhorar a relação humano/pet. Esse conhecimento vai além, tanto do ponto de vista comportamental de cada espécie, como também de particularidades inerentes a indivíduos de raças puras ou de exemplares de raças não definidas.”, explicou o etólogo.

MENOS ABANDONO E MAUS TRATOS

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A melhoria na comunicação entre humanos e os pets reduz o abandono e os maus tratos aos animais, além de conscientizado o humano da necessidade de tratar o animal de acordo com sua identidade não humana. “Nesse momento de pandemia, em que estamos todos sujeitos ao isolamento social, a companhia de um pet equilibrado e carinhoso nos ajuda a atravessar essa tempestade. Adoções aumentam, mas o abandono também. A adoção ou a compra de um pet deve ocorrer de forma consciente e responsável, e sempre através de um criador sério ou de uma ONG bem estruturada”, informou Rodrigues.

QUANDO CHAMAR?

A ação de um Etólogo pode ocorrer antes, durante ou depois da chegada do pet na vida do tutor. Um profissional dessa área deve ser sempre indicado por bons veterinários e/ou petshops de qualidade. “Já existe pós-graduação nessa área, e duas turmas já foram capacitadas pela PUC PR, de Curitiba. Exitem bons profissionais, tanto no Brasil, quanto no exterior. E a qualidade é tão boa, que foi criado o INSPA ( Instituto de Saúde e Psicologia Animal, com sede em Porto Alegre), e a ABRAMEVEC (Associação Brasileira de Medicina Veterinária Comportamental, com sede em São Paulo)”, orientou o especialista.

“Portanto, se seu amiguinho uiva quando você sai, destrói as coisas em casa, arranha e morde quando você só quer fazer carinho, não hesite em buscar ajuda, pois além de você se sentir incomodado, pode ter certeza que ele também não está feliz”, finalizou Luiz Augusto Santos Rodrigues .