NA ANTIGA RODOVIÁRIA
Carteiras de identidade de uma vítima de homicídio e de outra de lesão corporal estão entre os documentos apreendidos pela Polícia Civil em um bar no interior da antiga Estação Rodoviária de Umuarama, durante operação realizada na sexta-feira (9).
A ação era para buscar novas provas na investigação do Grupo de Diligências Especiais (GDE) que apura três mortes em série de pessoas em situação de rua, que aparentemente estão ligadas por dívidas não pagas com traficantes.
No dia da operação, o proprietário do estabelecimento foi preso em flagrante acusado de tráfico de drogas. No local estavam cerca de 20 Registro Geral (RG), além de cartões de benefícios sociais, aparelhos celulares e pedras de crack.
Segundo a polícia, a suspeita é que os documentos eram usados como uma ‘garantia’ de que o cliente pagaria pela compra da droga.
De acordo com o informado, quando o usuário ia receber seu benefício social, o comerciante ia junto e já na boca do caixa eletrônico recebia a sua dívida e liberava o documento.
Segundo a polícia, existe a suspeita de que o comerciante atuava como um intermediário entre grandes traficantes e os pequenos vendedores, que fazem a comercialização ao usuário no entorno da praça da Bíblia e da antiga rodoviária, na área central da cidade.
Segundo a Polícia Civil, entre os documentos encontrados no bar estão o de Guilherme Ribeiro Mantovani, de 28 anos, encontrado morto com disparos de arma de fogo na estrada Moema (PR-580), em Umuarama, no último dia 27 de agosto.
Outro RG pertence também a um homem em situação de rua esfaqueado três dias depois (30/08), na Praça Anchieta. No dia, a informação divulgada pela Polícia Militar, era que houve um desentendimento entre moradores em situação de rua. Agora, o rumo da investigação pode mudar.
Guilherme é uma das vítimas fatais de uma série de três execuções ocorridas na cidade entre os meses de maio e agosto. A suspeita da Polícia Civil é que haja apenas um mandante e que a motivação das mortes seria dívidas contraídas com traficantes e não pagas.
Em comum, todas as vítimas são homens, usuárias de drogas, moradores em situação de rua e que faziam ponto no entorno da antiga rodoviária e praça da Bíblia, onde a primeira morte ocorreu. Outra suspeita, é que os autores do crime possam ser comuns entre um assassinato e outro.
