Protestos
Os poucos manifestantes que ainda acampavam em frente ao Tiro de Guerra, na avenida Duque de Caxias, em Umuarama, levantaram acampamento e deixaram o local nesta segunda-feira (9), após mais de dois meses do início da ação.
A decisão foi tomada após notificação feita pela Prefeitura Municipal pedindo a desobstrução da via e a retirada de tendas e materiais depositados na calçada e no canteiro central da avenida, sob pena de aplicação de multa e apreensão dos materiais e o recolhimento ao depósito do Município.
A desocupação também foi reforçada pela determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, dada ainda no domingo (8), para que forças de segurança efetivassem a desocupação dos espaços em frente a todas as unidades das Forças Armadas, em todo o país no prazo de até 24 horas.
A determinação aconteceu após manifestações realizadas em Brasília (DF), que resultaram na invasão e depredação do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do STF.
Um ônibus com moradores de Umuarama e de cidades da região, teria seguido para Brasília no fim de semana para participar dos atos. Nas redes sociais foi possível acompanhar vídeos de pessoas que afirmavam serem moradores da cidade e que atuavam na manifestação.
Nesta segunda-feira, o Ministério Público do Paraná expediu ofícios para o governador Ratinho Júnior, o secretário de Estado de Segurança Pública, Hudson Leôncio, ao comandante-geral da PM, coronel Sérgio Teixeira e ao coordenador estadual do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o cumprimento da decisão do STF que determinou as desocupações dos acampamentos realizados nas imediações de quartéis-generais e outras unidades militares, bem como interdições de vias e prédios públicos e afins.
Nos ofícios, encaminhados a partir da Procuradoria-Geral de Justiça e da Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos do MPPR, cada autoridade foi consultada dentro de sua esfera de responsabilidade a respeito de quais as medidas tomadas para o cumprimento da ordem judicial do STF dentro do prazo estabelecido.
No caso do Gaeco, que integra o Ministério Público do Paraná, foi deliberada ainda a adoção de providências para a prisão em flagrante dos envolvidos em atos antidemocráticos, bem como ações de apreensão de bens e instrumentos utilizados em práticas criminosas, além da instauração de investigações relacionadas a ilícitos de competência estadual, segundo o ofício.
Foi apontada ainda a criação pelo Gaeco de um canal único para recebimento de notícias de fatos ligados a manifestações antidemocráticas e que questionem e/ou coloquem em risco o estado democrático de direito.