Umuarama

COMO LIDAR COM DINHEIRO

Planejar, ter prioridades e controlar a compulsão para não ficar no vermelho

23/01/2023 08H49

Jornal Ilustrado - Planejar, ter prioridades e controlar a compulsão para não ficar no vermelho

Culturalmente, o brasileiro tem dificuldade em lidar com o próprio dinheiro. Levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgado esta semana, aponta que 77,9% dos consumidores fecharam 2022 com alguma dívida a vencer.

As causas são atribuídas ao amento do endividamento das famílias durante a pandemia, que agora precisam pagar a conta em um período com taxas de juros elevada e inflação alta. Isso não quer dizer que as contas estejam necessariamente atrasadas, mas que o percentual de comprometimento da renda está elevado.

Aliado a isso, janeiro sempre representa um momento de gastos extras, com o pagamento de impostos, matrículas dos filhos e compra de material escolar, que aliadas a outras dívidas, como cartão de crédito e as despesas fixas mensais, podem virar uma bola de neve. E, se faltou planejamento e os gastos com festas e viagens em dezembro extrapolaram, agora é hora de arrumar a casa, ou melhor, as finanças.

Mas e agora? Como lidar com tudo isso e ainda conservar a sanidade?

Para te ajudar, o Jornal Umuarama Ilustrado conversou com o professor e coordenador dos cursos de Gestão da UniAlfa, Thiago Prado, que dá dicas e orientações de como sair do vermelho e criar um planejamento para a vida.

A primeira delas é: entender as próprias finanças. A partir dai, vai conseguir eleger prioridades, eliminar gastos invisíveis, controlar a compulsão pela compra e mudar o comportamento e fazer reservas e planejar como, com o que e o mais importante: o quanto gastar.

Pois é, não existe milagre, mas com planejamento, organização, direção e controle tudo é possível. “Quer fazer uma viagem no fim do ano? Em junho já deve começar a se organizar, ver o quanto vai gastar e o quanto consegue separar para isso. As vezes não dá para poupar para a viagem toda, mas se garantir as passagens já ajuda”, exemplificou.

Outra orientação é que as férias são a antecipação do salário do mês seguinte. “O que você pode gastar nas suas férias? O seu 1/3. Se passar disso vai faltar depois”, afirmou.

A terceira dica é eleger prioridades e entender a diferença entre desejo e necessidade. Os dois devem ser considerados, mas a necessidade, como se diz, garante a sua sobrevivência. “É necessário ter o melhor smartphone do mercado neste momento? Pode esperar? Necessário é o que é preciso para sobreviver, como aluguel, água, luz, roupa, alimentação. Sem isso, não se vive. Já o desejo, é algo que trabalha a questão do consumo. Você merece o melhor. Sim, mas não se pode tornar refém disso. Não estou dizendo para virar ‘mão de vaca’, mas para traçar objetivos”, orientou.

Thiago Prado salientou que atender a todos os ‘desejos’ é uma armadilha certa para ter um descontrole nos gastos e gerar uma frustração que vai interferir na saúde e na relação com outras pessoas.

Por exemplo, a pessoa pode não estar satisfeita com o trabalho, mas está com a renda tão comprometida, que não consegue nem sair desse emprego. A consequência é o abalo emocional e psicológico, que vai refletir na relação com o parceiro, no caso de casais.

Cuidar dos gastos ‘invisíveis’ que surgem durante o dia a dia é outra dica. Por exemplo. Saiu na rua e compra um sorvete. Esse é um gasto que nem sempre é percebido, mas que se feito de forma recorrente, pode representar um ‘furo’ nas suas contas. A orientação é separar um valor semanal para gastar com esses pequenos agrados e deixar na carteira. Evite usar o cartão.

E crie o hábito de poupar. O professor recomenda que a primeira pergunta a se fazer é: “quanto eu consigo guardar?”. Se for R$ 50 ou R$ 100. Tudo bem. O importante é fazer isso e buscar alternativas para esse valor trabalhar para você.

“Vá até a sua agência bancária. Verifique as possibilidades de aplicações. Recomendo as que não são de risco, pois o seu dinheiro vai render e você vai poder fazer o que planejou”, ressaltou o professor Thiago.

Se para atingir uma meta precisa de um comprometimento, o professor explicou que não há problema em fazer pagamentos parcelados. O cuidado é para que a parcela caiba no seu orçamento e não o comprometa.

Pesquisar preços ajuda

E por último, mas também importante, é manter o hábito da boa e velha pesquisa de preços, tanto para compras em lojas físicas ou online. E o uso de aplicativos que auxiliam a saber onde um mesmo produto está mais barato é eficiente. “Vai comprar material escolar? Pesquise. O Procon, apps, compra online ajudam”, ressaltou.

O governo do Paraná mantém o aplicativo Menor Preço, mas basta entrar no play store do celular e vai encontrar outros que também são eficientes e sem custos. Vale a pena conferir.

Currículo

Thiago Prado é Doutorando em Educação pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Mestre em Ensino pela Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), possui MBA em Gestão de Pessoas e Marketing pelo Centro Universitário Metropolitano de Maringá (UNIFAMMA), especialização em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela Universidade Estadual de Maringá – (UEM), especializações em Educação – Gestão e Docência no Ensino Superior a Distância (UNIFAMMA), Especialista em Educação Especial e Neuropsicopedagogia (UNIFAMMA) e graduação em Administração também pelo Centro Universitário Metropolitano de Maringá (UNIFAMMA). Tem experiência na área de Educação em cursos técnicos, graduação e pós-graduação. Atualmente atua como Coordenador dos Cursos de Administração, Ciências Contábeis e Processos Gerenciais na Faculdade UniAlfa de Umuarama.