Cotidiano

Cruzeiro do Oeste

Pais são presos por agressão a recém-nascido que está em estado gravíssimo

07/02/2023 20H23

Jornal Ilustrado - Pais são presos por agressão a recém-nascido que está em estado gravíssimo
Imagem ilustrativa – internet

Um casal de 22 e 23 anos foi preso preventivamente na noite desta terça-feira (7) acusado de agredir fisicamente o filho de apenas 18 dias de vida. Além da prisão, a Justiça Criminal ainda concedeu um mandado de busca e apreensão na residência do casal, em Cruzeiro do Oeste, a 25 km de Umuarama.

Investigadores e peritos estiveram no imóvel ainda na noite de terça em busca de vestígios, entre eles sangue, para reforçar as provas da investigação. O casal nega as acusações e diz que não agrediu o bebê. Ambos foram encaminhados para cadeias públicas da região. A prisão não tem prazo determinado.

O bebê

O menino está internado em estado gravíssimo no Hospital Cemil em Umuarama. Ele deu entrada no início da madrugada desta terça-feira (7), trazido pelo Samu, após receber os primeiros atendimentos e ser intubado no Hospital Municipal, em Cruzeiro do Oeste.

Laudo médico emitido ainda no Hospital Municipal, apontou que o bebê apresentava ‘sinais de agressão como hematoma em tórax, múltiplas fraturas em costela, hematomas em pálpebras, corte na região do calcanhar, instabilidade respiratória e desidratação, em estado de saúde grave. Ele foi intubado e sedado’. O menino também sofreu duas paradas respiratórias.

Depoimentos

Pai e mãe prestaram depoimento ainda pela manhã e deste então já estavam acautelados na 17ª Delegacia Regional da Polícia Civil em Cruzeiro do Oeste, por questão de segurança. Por volta das 12 horas populares se aglomeraram em frente ao prédio policial com a intenção de invadir o local. Os investigadores conseguiram dispersar os manifestantes. Não houve necessidade de reforço no efetivo.

Segundo a delegada da Polícia Civil de Cruzeiro do Oeste, Karoline Bischoff, em depoimento os pais negam qualquer agressão ao filho e alegam que a criança teria se ferido durante o sono do casal, pois a criança dormiria na cama com eles. ‘Essa versão já sabemos que não é factível com os ferimentos. Acredito que estão omitindo informações sobre o que realmente aconteceu”, afirmou a delegada.

Segundo Karoline Bischoff, no depoimento o pai informou que percebeu um arroxeado na região das costelas da criança, que estaria chorando. Teria avisado a mãe, que teria dito para adiar o socorro. “Ele disse que levaram horas depois a criança para ser socorrida e que em determinado momento a criança parou de chorar e passou a ‘só’ gemer de dor’, disse a policial.

O pai

O pai do bebê, um homem de 23 anos, faz uso de tornozeleira eletrônica, dispositivo de monitoramento de pessoas em cumprimento de prisão no regime aberto. Ele também tem histórico por crimes como tráfico, furto qualificado, roubo, ameaça, lesão corporal e desobediência.

Além do recém-nascido, o casal tem ainda um filho de dois anos, que está em Alto Piquiri, aos cuidados da bisavó da mãe da criança. Segundo a delegada, conselheiros tutelares das duas cidades informaram que a família não têm histórico de atendimento e/ou acompanhamento por parte dos órgãos.

Bebê agredido já chegou em estado grave a hospital

Segundo a diretora administrativa do Hospital Municipal, a enfermeira Josefa Lima Santana Soares, o recém-nascido foi levado pelos pais até a Casa de Saúde por volta das 19 horas de segunda-feira (6). Por causa da gravidade dos ferimentos e da dificuldade de respiração o bebê foi intubado de imediato e por ser um caso de urgência, transferido pela Central de Leitos para o Hospital Cemil. Ela informou ainda que a Casa de Saúde acionou o Conselho Tutelar e uma conselheira acompanhou todo o procedimento e a transferência para Umuarama, juntamente com os pais.

Em Umuarama, a Polícia Militar foi acionada e em nota, informou que laudo médico apontou que o bebê apresentava ‘sinais de agressão como hematoma em tórax, múltiplas fraturas em costela, hematomas em pálpebras, corte na região do calcanhar, instabilidade respiratória e desidratação, em estado de saúde grave, intubada e sedada’.