01/02/2022
Eliseu Auth
Na semana passada refleti sobre minhas preocupações com a iminente invasão da Ucrânia. Não dá para confiar num ditador que se perpetua no poder, caso do Vladimir Putin que não admite crítica nem oposição. E que amontoa soldados e canhões na fronteira do país que cobiça. Quantos navios, submarinos e ogivass estarão atentos à presa? Os civilizados temem isso.
Se a invasão ainda não aconteceu, e tomara que não aconteça, deve ser por conta da reação de forças que podem se contrapor à vilania de Putin. A autodeterminação deveria ser pressuposto entre povos e nações, mas não é. Aliás, a rigor, nunca foi, exceto nos países democráticos e civilizados. A história é um compêndio volumoso de invasões, conquistas de terras e submissão de povos. O poder foi sempre o atrativo da história. Ele se fez insaciável nos ditadores. Fez e vem se fazendo em série com repressão e força. Contra ela não há argumento. Só outra força. É volta à barbárie. A civilização e o povo civilizado teme esse “quem pode mais, chora menos”.
Sei que o ilustrado leitor do “Umuarama Ilustrado” conhece história universal. Sabe que os povos viviam sob ataques contínuos e precisavam se proteger com exércitos, fortalezas e muros de proteção. Aí lembra os grandes impérios e seus personagens. Recorda Gengis Khan, Alexandre, o grande, Tamerlão, Ciro, Átila, Napoleão Bonaparte, para ficar em alguns mais famosos. Nesse olhar para a história, se indigna com o espectro de Hitler, o pior de todos. De fato, dentre os conquistadores de fronteiras e invasores de terras alheias, há os que respeitavam os povos que dominavam. É caso de Alexandre Magno e do persa Dario, o grande. Por isso não merecem ser da mesma lista do maior assassino e do pior dos genocidas que mundo conhece.
Me permita que eu suplique a você que me honra com a leitura: Dê valor à Democracia, regime das liberdades. No mundo há uma luta feroz entre ela e o autoritarismo. Há muitos tiranos comandando nações bem armadas e sedentos por expandir seus domínios. Tem sentido o temor dos civilizados.
(Eliseu Auth é promotor de justiça inativo, atualmene advogado).