Dr. Eliseu Auth

03/08/2021

O “Anjo da morte”

02/08/2021 19H58

Jornal Ilustrado - O “Anjo da morte”

Eliseu Auth

Quero trocar idéias com o ilustrado leitor do “Umuarama Ilustrado”, sobre o perigo que é flertar com regimes autoritários como o nazismo de Hitler ou o comunismo de Stalin. Aqui, lembro exemplos de horror, crueldade e terror que aconteceram durante a macabra era nazista. Não se enganem. Torturas, horrores e crueldades são método em qualquer tipo de ditadura.

Entre os livros da minha biblioteca tenho “MENGELE – A história completa do anjo da morte de Auschwitz”, escrito por Gerald L. Posner e John Ware. Dele, retiro alguns relatos que retratam um horror que precisamos guardar na porta de entrada da memória, a fim de que sirvam de advertência para nossas escolhas na vida. Quem puder lê-lo, que o leia. Aposto que se encherá de ira santa contra qualquer tipo de despotismo ou tirania.

Pois é. Mengele era médico a serviço de Hitler. Pertencia à “SS”, tropa de choque que reprimia os adversários do Führer. Pesquisou no Instituto de Biologia Hereditária e Higiene racial de Frankfurt e foi ao campo de concentração de Auschwitz. Aí fez experimentos cruéis em adultos e crianças que morriam ou ficavam cegas. Visava purificar a raça ariana que Hitler projetava como superior. Vou a algumas barbáries desse assassino de jaleco que a ironia chamou de “anjo da morte”.

Testemunho do médico judeu e prisioneiro Vexler Jancu:“Em junho de 1943 fui para o campo cigano de Birkenau. Vi uma mesa de madeira e sobre ela havia amostras de olhos que iam do amarelo muito leve ao azul, verde e violeta brilhantes. Trinta e seis crianças de um galpão em Birkenau foram usadas para os testes dos olhos que resultou em dolorosas infecções e cegueira. Depois dos testes, as crianças não tinham mais utilidade e foram gaseadas(…). (Op. cit. Editora Cultrix. Pág. 57).

Outra testemunha, Vera Kriegel, disse que “viu uma parede coberta com olhos num dos laboratórios de Mengele. Estavam espetados como borboletas, disse ela. Achei que já tinha morrido e estava no inferno”.

É só uma réstia do que é capaz uma tirania. Acautelemo-nos, pois! Nela, o ser humano é nada, na rápida amostra do que fez o “Anjo da morte”.

(Eliseu Auth é promotor de justiça inativo, atualmente advogado).