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Ministério Público ajuíza quatro ações por improbidade administrativa contra prefeito de Iporã

25/09/2019 18H01

A Promotoria de Justiça de Iporã ajuizou quatro ações civis públicas contra o prefeito da cidade em decorrência de investigações, que comprovaram a prática de diversos atos de improbidade administrativa relacionados à autopromoção e a danos ao erário.

Em uma das ações, em que também são requeridas outras pessoas físicas e jurídicas relacionadas aos fatos, o Ministério Público do Paraná apurou que, desde 2016, o prefeito vem realizando, às custas do erário, ações de autopromoção, como o envio de cartões de Natal com sua própria foto e assinatura aos moradores da cidade, realização de showmícios a pretexto de inauguração de obras públicas e afixação de outdoors pelas ruas da cidade com menções diretas à sua pessoa. Nesta ação a Justiça concedeu liminar proibindo tais práticas.

Saúde

Outra ação refere-se a irregularidades praticadas pelo chefe do Executivo local relacionadas à prestação de serviços públicos pelo Município na área de saúde. Consoante as investigações demonstraram, o prefeito centralizou em seu gabinete os pedidos e a concessão de todos agendamentos de consultas, exames e cirurgias, condicionando o atendimento ao direito fundamental à saúde a tais entrevistas pessoais, realizadas a portas fechadas, em descumprimento aos princípios constitucionais da legalidade, publicidade e moralidade administrativa.

Promoção pessoal

Em uma terceira ação, em que também é réu o vice-prefeito, o MPPR apurou que no ano de 2016, durante o período do pleito eleitoral, em afronta aos princípios da impessoalidade, transparência e legalidade, visando a promoção pessoal e a captação de apoio político o gestor doou – às custas do Município – cestas básicas, materiais de construção, óculos e dentaduras, entre outros objetos. A situação transformou a Prefeitura de Iporã em um “verdadeiro palco político e de promoção pessoal”, sustenta a Promotoria de Justiça na ação.

Reajuste salarial

Uma quarta ação civil trata da concessão, pela Administração Municipal, de reajuste salarial em percentual acima da inflação, em período vedado pela legislação eleitoral. A Promotoria de Justiça identificou que o prefeito agiu com o visível intuito de autopromover-se e captar, ilicitamente, apoio político dos servidores públicos e de seus familiares, enquanto candidato à reeleição.

Os valores pleiteados pelo Ministério Público, para fins de reparação dos danos causados e responsabilização dos réus, alcançam a quantia de R$ 7.635.248,92. As quatro ações foram ajuizadas a partir da instauração de inquérito civil que comprovou a ocorrência dos fatos.