CRUZEIRO DO OESTE
O incêndio criminoso no setor de contabilidade da Prefeitura de Cruzeiro do Oeste, na noite de domingo (9), ocorreu três dias antes do julgamento pela Câmara de Vereadores do relatório que pede a cassação do mandato do prefeito afastado Hedilberto Vila Nova Sobrinho, o Beto Sobrinho. A sessão está prevista para quarta-feira (12), a partir das 19h30, na Câmara Municipal.
O relatório da comissão processante trata apenas da primeira das três denúncia de infração político-administrativa atribuída a Beto Sobrinho. Ele chegou a recorrer do afastamento por 180 dias, ganhou liminar na Justiça, mas acabou afastado mais duas vezes seguidas pelos vereadores e os recursos judiciais não foram frutíferos.
“Diante do que aconteceu e considerando que estamos em uma semana de insegurança por causa da votação do relatório, pedi reforço na segurança pública da cidade ainda no domingo (9) a noite ao secretário de Estado de Segurança Pública, Júlio Reis, que se comprometeu a nos auxiliar”, afirmou a prefeita em exercício Helena Bertocco. Ela também adotou medidas extras com a segurança pessoal dela e da família.
A prefeita acredita que quem premeditou o incêndio queria atear fogo em tudo. “Acredito que a intenção do mandante era para queimar todo o prédio. Eles não sabiam que o vigilante estaria aqui naquele horário. E a escolha do local onde foi jogado o artefato também foi intencional”, afirmou.
Segundo Helena Bertocco, o horário habitual do vigilante até a semana passada era da 24 horas até às 7 horas. “Mudamos no feriado. Como o prédio ficaria fechado muitos dias, alteramos o horário do vigilante que passou a chegar às 18 horas. Assim quando o incêndio começou rapidamente ele usou um extinto e acionou os bombeiros. Em pouco mais de dez minutos tudo estava resolvido”, explicou a prefeita em exercício.
O incêndio atingiu uma sala de arquivos que funciona no setor de contabilidade por volta das 19h40 de domingo (9). No local estavam protocolos de solicitação de compras de materiais, empenhos e arquivos de despesas. “Pelo menos 70% do que foi destruído era da Saúde. Uma parte já estava digitalizada, mas muito documento foi destruído”, salientou Helena Bertocco.
Apesar da situação, o atendimento ao público na Prefeitura ocorreu normalmente na segunda-feira (10). A sala atingida já havia sido pintada, as cortinas substituídas e o entulho queimado removido ainda no início da tarde.