ALERTA VERMELHO
Com a capacidade de ocupação de leitos pediátricos esgotada em decorrência de um surto de síndromes respiratórias em Umuarama e região, o coordenador de Pediatria e Neonatologia da Norospar, o médico Kelson Ferrarini, reforça a importância de manter a vacinação de crianças em dia. Ele salienta que nos últimos anos houve uma queda na imunização, mas que a vacinação é importante para reduzir a atuação de vírus, como os que levam as síndromes gripais.
Desde a última terça-feira (28) as vacinas contra a gripe já estão disponíveis em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) para grupos prioritários, entre eles crianças de seis meses de idade a seis anos incompletos. Para os demais, o imunizante também pode ser encontrado em laboratórios e clínicas particulares, com preço médio de R$ 140 na cidade.
Segundo Kelson Ferrarini, a maior parte dos casos atendidos é de crianças com até dois anos de idade, portadores de doenças crônicas e com paralisia cerebral. Entre as situações mais graves, que chegam a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) estão bebês com até seis meses de vida. O médico não descarta a possibilidade de óbito nos casos mais gravosos.
O tratamento, além de medicamentos, implica principalmente no fornecimento de oxigênio para auxiliar na respiração. Uma das características mais acentuadas das síndromes respiratórias é justamente a limitação na capacidade de oxigenação do paciente.
Ao contrário da covid-19, que tem um protocolo de tratamento, as síndromes respiratórias são tratadas de acordo com a evolução de cada paciente e por um tempo relativamente longo. “As vezes parece que a medicação que passamos não está fazendo efeito, mas o quadro viral tem um tempo para evoluir e em situações mais graves começa a apresentar melhora a partir do sétimo dia”, explicou o médico Kelson Ferrarini.
Umuarama conta com dois hospitais referências no atendimento pediátrico, o Norospar e o Cemil. O Norospar está com 100% de ocupação dos leitos pediátricos do Sistema Único de Saúde, além de 80% dos leitos particulares e de convênios, ocupados por pacientes do SUS. No Cemil o índice que ocupação também está alto.
Ferrarini explicou que a Casa de Saúde já entrou em contato com as secretarias de Estado e Municipal da Saúde para a elaboração de um planejamento para absorver os casos que estão surgindo.
Ele ainda salientou que não é apenas uma questão de espaço físico para colocar novos pacientes, mas principalmente uma limitação de profissionais especializados e de equipamentos para atendimento do público infantil.
Kelson Ferrarini lembra ainda que estamos no outono e no inverno, o número de acometidos pelas síndromes respiratórias tendem a aumentar. Ele também enfatizou que ainda não é possível saber exatamente o que está provocando esse surto. Pode ser relacionado a covid-19 e ao isolamento social, pode ter relação com a volta as aulas ou mesmo com a sazonalidade viral.
Conforme a diretora da 12ª Regional de Saúde de Umuarama, Viviane Herrera, tanto a Secretaria de Estado da Saúde como a Regional de Saúde estão procurando soluções para a lotação dos leitos. Com os dois hospitais com referência para atendimento pediátrico lotados, no início desta semana será conversado com os demais hospitais da cidade para que possam dar auxílio nos atendimentos, caso necessário.
Ainda segundo a diretora, também foi conversado com os secretários de Saúde dos municípios próximos e que contam com hospitais de menor porte, para que as unidades possam dar atendimento às crianças com sintomas mais leves. “Por serem doenças sazonais esse manejamento vai dar fôlego para os atendimentos”, ressaltou Viviane.