Eliseu Auth
O mundo vestiu luto com a morte da rainha da Inglaterra. Elizabeth II legou dignidade, meiguice e respeito à Constituição. Poderia ter sido mais incisiva na condenação do Brexit que ela não queria. Que esteja feliz, lá onde estiver. O primogênito sucede-a como rei Charles III e consta que será um militante da causa ambiental. Ganhamos todos. A terra está aquecendo assustadoramente, pndo em risco a sobrevida de todos nós que a habitamos.
A Inglaterra é grande, mas já foi maior. Seu povo celta-germânico, depois de Espanha e Portugal, estendeu sua cultura mundo afora. Buscou mercados e colônias além-mar. Espraiou-se pelos cinco continentes e deu à sua língua um caráter universal. De Spencer, Locke, Hume, Bacon, Darwin e William Shakespeare a Stephen Hawking e os Beatles, deu ao mundo personagens que jamais morrerão na cultura, história, música, dramaturgia, ciência e filosofia.
Citei alguns nomes que me ocorreram, mas vou me ater a um personagem que me encanta por tudo o que foi, fez e representa para o mundo. Ele se chama Winston Churchill, um estadista de rara visão histórica. Sabia olhar à frente. Foi ele quem anteviu os perigos de Hitler e do rearmamento alemão. Depois, mobilizou não só a Grã Bretanha, mas a língua inglesa e a mandou para a batalha contra o nazismo, no dizer de John F. Kennedy. Foi ele sim. E se não fosse ele, o horror nazista teria dominado o mundo. Numa hora em que tudo aconselhava que a Inglaterra fizesse pazes com Hitler que dominava a Europa, enfrentou-o. Só um homem de visão faria isso, antevendo o que seria um mundo dominado por um sanguinário extremista como Adolph Hitler.
Ao decidir pela guerra ao nazi-fascismo, Churchill disse ao Parlamento: “Nada tenho a oferecer, senão sangue, trabalho, suor e lágrimas (…) Os senhores perguntam: qual é o nosso plano de ação? Posso dizer: é travar guerra por mar, terra e ar, com todo o nosso poderio e a força que Deus possa nos dar, travar a guerra contra uma monstruosa tirania jamais suplantada no sombrio e lamentável catálogo dos crimes humanos!(…).
A história manda agradecer. O ilustrado leitor do “Umuarama Ilustrado” e eu dizemos: Obrigado Churchill. Obrigado à Terra da Rainha.
(Eliseu Auth é promotor de justiça inativo, atualmente advogado).