JORNAL UMUARAMA ILUSTRADO
A vida acabou me levando para Umuarama. Foi um recomeço profissional provocado por um recomeço pessoal. Deixei em Maringá a sucursal do extinto jornal O Estado do Paraná, que também tinha escritório em Umuarama, e mudei de ares pela segunda vez. A primeira foi aos 19 anos, quando deixei Maringá por Curitiba, convidado para a Gazeta do Povo; por alguma razão não deu certo e acabei na assessoria de imprensa de Oscar Alves, então secretário de Estado da Saúde. Não suportei a saudade de Maringá, para onde vinha todos os finais de semana, e retornei à Cidade Canção. A ida para a Capital da Amizade foi bem diferente – afinal, a cidade justifica o epíteto.
No desafio que se desenhava – o início do processo de mudança de tecnologia, inadiável no início da década de 90 – eu fui para reconstruir a minha própria história privada. Além do Ilídio Coelho Sobrinho, que conheci quando já era amigo do meu ex-patrão Franklin Vieira da Silva, de O Diário do Norte do Paraná, passei a conviver com muita gente de quem também sinto saudades. Pessoas como o Gurgel, a turma da diagramação, montagem e impressão. O Umuarama Ilustrado me acolheu carinhosamente desde o primeiro dia; depois de desembarcar e conhecer o jornal, fiquei trocando figurinha com o grande Ítalo Casciola em sua casa até de madrugada, como se fôssemos velhos amigos – aliás, um deles em particular (Otacílio Tatta Cabral) havia feito a recomendação.
Minha missão creio que foi cumprida, o jornal promoveu as mudanças que precisava e para as quais havia me recrutado, obviamente dando toda a estrutura para tal. Foi um verdadeiro aprendizado, pois além da questão tecnológica implantada criei laços, alguns dos quais só vim a saber muito tempo depois de ter passado, como editor-chefe, por todos os jornais diários de Maringá. Hoje me orgulho, por exemplo, de ter sido citado em palestras pelo competente Leonardo Garcia Revesso, que integrou ainda jovem aquela aguerrida equipe.
Foram 6 meses em 1991 que valeram por muitos anos, pelos que trabalhavam ali, pelos amigos que criei e pelo time de primeira com o qual trabalhei e, até onde pude, convivi (sem contar gente como o Aragão Filho, entre outros). A distância não impede de acompanhar a performance moderna do jornal, só lamento não ter conseguido manter contato mais frequente com todos os ex-companheiros até hoje, mas que saibam que foram importantes na minha vida, pessoal e profissionalmente, e que isso marcou de forma profunda minha passagem pelo Umuarama Ilustrado e pela minha querida Umuarama, onde já residiram familiares e de onde carrego inúmeras lembranças.
Chegar aos 50 anos dignifica bastante qualquer meio de comunicação, e no caso do Umuarama Ilustrado dá uma completa noção do quanto foi, é e será importante para toda a mídia paranaense, em especial para o noroeste e a região da Amerios. O que dizer quando um jornal se justifica pela própria existência? Parabéns, Ilídio, parabéns Ilustrado, parabéns a todos os que colocaram um tijolinho na construção de um respeitado veículo de comunicação. Sucesso sempre!
(*) Angelo Rigon, jornalista em Maringá
