H1N5
O Brasil está alerta para a gripe aviária em animais comerciais ou silvestres. A questão foi amplamente discutida na última semana, após o Uruguai ter confirmado um caso a cerca de 180 quilômetros da fronteira com o Brasil. Em Umuarama não há nenhum registro da doença e na última semana a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) realizou um encontro para tratar do assunto.
Conforme o gerente regional da unidade da Adapar de Umuarama, Roberto Carlos Machado, o evento foi o primeiro de uma sequência de ações para blindar a região da gripe aviária (H1N5). Em 2022 Umuarama e região abateram 81 milhões de aves, um crescimento de 12% em relação ao ano de 2021. A atividade vem crescendo no Noroeste Paranaense e uma eventual confirmação da doença poderia afetar seriamente as exportações da carne.
“No próximo dia 18 de março vamos realizar uma palestra na Expo-Umuarama para os produtores rurais de Umuarama e região. Precisamos fechar o cerco contra a doença, com ações preventivas. Outra orientação, se for identificado um caso suspeito, é a necessidade comunicar a Adapar o mais rápido possível”, ressaltou o gerente.
Segundo Janaina Ribeiro, veterinária da unidade da Adapar de Cruzeiro do Oeste, o risco maior é com as aves migratórias. “Até ano passado essas aves eram resistentes a doença. Porém o vírus H1N5 sofreu mutação e agora também gera a doença nas aves migratórias, como foi o caso do Uruguai”, esclareceu.
Janaina também frisou a necessidade de todos ficarem atentos ao surgimento de aves mortas, principalmente moradores da cidade com frangos no quintal. “Qualquer suspeita deve ser notificada. Tanto em aves silvestres como as comerciais. Quanto antes identificar o suspeito, mais rápido serão as ações para conter a doença”, disse.
De janeiro a dezembro de 2022, o Paraná aumentou em mais de 6% o volume de exportações de carne de frango em relação ao ano anterior. O estado produziu 5,05 milhões de toneladas de carne de frango até dezembro do ano passado, variação de 2% em relação a 2021, sendo que do total de volume de proteína animal exportado 92% é de carne de frango.
Nos últimos meses o Paraná está em alerta máximo na prevenção da doença de alta patogenicidade. Medidas de biosseguridade ajudam a evitar que as aves entrem em contato com algo que possa transportar o vírus. Os produtores precisam atentar-se à desinfecção de veículos na entrada e saída da granja, restrição de acesso de pessoas alheias ao estabelecimento, impedir contato de aves de vida livre às aves da granja, uso de roupas exclusivas para manejo da granja e registros sanitários em dia.
A influenza aviária (H1N5), também conhecida como gripe aviária, é uma doença viral altamente contagiosa que afeta principalmente aves domésticas e silvestres. Até o momento, foram notificados focos da doença em países vizinhos como Colômbia, Equador, Venezuela, Peru, Chile, Argentina e Uruguai. Em alguns desses países, como Bolívia, Peru e Equador, os casos foram registrados em animais de granjas comerciais. Nos demais países, as notificações foram reportadas em aves silvestres.
Em relação a eventuais infecções humanas, o Mapa informa que elas podem acontecer por meio do contato com aves infectadas, vivas ou mortas, ou ambientes contaminados com secreções respiratórias, sangue, fezes e outros fluidos liberados no abate das aves. Já o risco de transmissão às pessoas por meio de alimentos devidamente preparados e bem cozidos é considerado muito pequeno.