Saúde
A história de Vicente Domingues do Nascimento, 57 anos, poderia seguir o fim de qualquer outra pessoa que consome cigarros por um tempo prolongado. Mas o umuaramense resolver dar uma direção diferente para o caminho da sua vida e para isso teve o apoio do Caps AD (Centro de Atendimento Psicossocial para Tratamento de Álcool e outras Drogas) localizado em Umuarama.
Domingues consumia cerca de 30 cigarros diariamente, mas aflorou em sua consciência a vontade de parar com o tabagismo em 2021. Sentindo os malefícios do tabagismo ele buscou tratamento e chegou até o CAPS AD de Umuarama, onde começou a participar do Grupo de Tabaco. Em meio as lutas de quem busca mudanças para deixar a dependência, o umuaramense se apegou a um sonho antigo, que era tocar acordeom.
Seguindo seu sonho, Vicente usou a economia gerada por não comprar mais cigarros e começou as aulas, como também, comprou seu instrumento. A vida do umuaramense começou a ter novos cheiros e sabores com a atitude de deixar o tabagismo.
Na história de Vicente Domingues o tabagismo foi quem perdeu, mas de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) o tabaco ainda mata mais de 8 milhões de pessoas por ano. Só no Brasil, são 161.853 mortes anuais atribuíveis ao uso de tabaco, o que representa 443 mortes por dia. Os dados levam o tabagismo a ser o terceiro fator de risco para anos de vida perdidos ajustados por incapacidade. Em outras palavras, é a maior causa evitável isolada de adoecimento e mortes precoces em todo o mundo.
Conforme o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o tabagismo é reconhecido como uma doença crônica causada pela dependência à nicotina presente nos produtos à base de tabaco. Mais do que isso, ele integra o grupo de transtornos mentais e comportamentais, uma vez que a nicotina é uma substância psicoativa. Além disso, ele é responsável pelo surgimento de outras 50 doenças fatais e incapacitantes.
Segundo a enfermeira e chefe de divisão do CAPS AD, Joseany Cazelotto Camozzato, o Grupo de Tabagismo é realizado semanalmente na unidade em Umuarama em quatro sessões, com duração média de 90 minutos por sessão. O grupo é acompanhado por profissionais e os participantes realizam avaliação psiquiátrica. “Após parar de fumar é realizada a manutenção, na qual o paciente é acompanhado pela equipe por, pelo menos, um ano”, explicou Joseany.
Para participar do grupo basta ir até a unidade do CAPS AD na avenida Ângelo Moreira da Fonseca, 3203, próximo ao Hospital Cemil. O telefone do CAPS é o (44) 3624-7274 ou (44) 99932-8877.
O paciente passa por uma avaliação e entrevista, ele também realiza um teste de fagerstrom, para definir a gravidade da dependência do cigarro. “Cada sessão tem uma cartilha própria, com conteúdo amplo, que envolve orientação e informações com temáticas para entender o porquê se fuma e como isso afeta a saúde, os primeiros dias sem fumar, como vencer os obstáculos para permanecer sem fumar e os benefícios obtidos após parar de fumar” ressaltou a chefe de divisão.
Os conteúdos proporcionam informações sobre as mudanças de comportamento, novas rotinas, prevenção de recaídas, como lidar com situações de estresse, além do convívio e troca de experiências entre os participantes. “O CAPS-AD conta com uma equipe interdisciplinar capacitada para realizar os grupos de tabaco e oferecer atendimento individual e de qualidade”, finalizou Joseany.
O conteúdo impresso das sessões é fornecido pelo INCA e Ministério da Saúde, o tratamento (medicamento, gomas, adesivos e outros) é fornecido pela SESA-PR e dispensado pelo CAPS-AD.
