MORTES VIOLENTAS
Umuarama – Umuarama registrou queda de quase 50% no número de mortes violentas ocorridas nos nove primeiros meses de 2018. A redução foi de 47,36%.
No total foram 10 homicídios ocorridos entre janeiro e setembro de 2018 contra 19 no mesmo período de 2017. Os dados constam no Relatório Estatístico Criminal Quantitativo de Vítimas de Crimes Relativos à Mortes da Secretaria de Estado de Segurança Pública. Deste total 8 estão solucionados segundo a polícia.
Segundo o delegado-chefe da 7ª SDP, Osnildo Carneiro Lemes, 90% dos casos de mortes estão relacionados ao narcotráfico e os outros 10% envolvem crimes passionais e desavenças de outra natureza.
As vítimas são normalmente homens jovens, entre 18 e 22 anos e usuários ou pequenos traficantes, de acordo com a polícia.
“As mortes geralmente são por causa de disputa de território ou de dívida de droga, mesmo no caso de pequenos traficantes com relação a fornecedores. É comum esse pequeno traficante também ser usuário e vender a droga para manter o vício. Em algum momento a conta não fecha e infelizmente dívida de droga ou paga ou acaba morto”, afirmou o delegado.
Ainda de acordo com Lemes, há registros de mortes causadas por dívidas de R$ 100 a R$ 200.
Segundo Lemes, a redução no número de mortes violentas está diretamente ligada a intensificação das apreensões de drogas na cidade, feitas também pela Polícia Militar e Guarda Municipal.
“Umuarama é rota e neste último ano fizemos grandes apreensões. Tivemos apreensões de 2 toneladas, de 800 quilos de entorpecente. Não seria droga que ficaria aqui, mas iria para outros centros. Sem contar as apreensões de 30 a 50 quilos que são realizadas de drogas que são distribuídas aqui mesmo”, explicou.
Ele ressaltou que diariamente pessoas são flagradas traficando. “Não estou considerando a quantidade de droga apreendida, mas a circunstância, o testemunho do policial, as imagens de câmeras de segurança que comprovam a ação de traficar”, disse o delegado.
“Desde que assumi estamos intensificando o combate ao tráfico de drogas, pois sabemos que se houver queda neste tipo de crime, automaticamente diminui os casos de homicídio e também de crimes contra o patrimônio. Vamos continuar apertando o cerco”, explicou Lemes.
O delegado-chefe ainda triangulou as mortes com relação direta com crimes contra o patrimônio, como roubos e furtos, além do tráfico de entorpecentes. “Tudo gira ao redor do tráfico. Para manter o vício, o usuário comete roubos e furtos e quando não paga a dívida com o traficante, morre”, afirmou.
A área de abrangência da 7ª Sub Divisão de Umuarama (SDP) abrange 23 municípios sendo nove comarcas, incluindo Umuarama.
Se nos primeiros nove meses de 2018 Umuarama registrou 10 mortes, tendo uma população estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 110.590 habitantes, Altônia e Goioerê, ambas com menos de 30 mil habitantes cada, amargam realidades mais tristes.
Segundo o relatório da Sesp, em Altônia 9 pessoas perderam a vida em mortes violentas este ano, incluindo a Miss Altônia, que morreu em 22 de março último juntamente com o empresário Valdir Brito Feitosa. Os corpos foram carbonizados na carroceria da pick-up do empresário. O caso ainda não foi solucionado.
Já em Goioerê foram 8 vítimas. “Se compararmos o tamanho das cidades com a quantidade de mortes, realmente são mais problemáticas que Umuarama. Temos que considerar problemas como o tráfico e também o contrabando, principalmente na região de Altônia”, enfatizou Osnildo Lemes.