Um viva à Democracia!

Eliseu Auth

O ilustrado leitor do “Umuarama Ilustrado” sabe que a verdadeira liberdade tem limites e respeita o outro. Não fosse assim, seria bagunça onde o mais forte faz o que quer e domina o mais fraco. Num cenário desses, os mais ricos e poderosos dominariam os outros e, infalivelmente, haveria ditadura. Essa é a lógica! A conclusão é que só a LEI garante a liberdade de todos. No mundo só existe um regime de governo que se guia pela lei: A Democracia!

Estou falando de um Princípio que nos protege contra o autoritarismo, seja ele do lado que for. Pode ser de direita ou de esquerda. A essência é a mesma. Conhecemos vários tipos de ditadura: nazi-fascismo, comunismo, populismo, oligarquias e teocracias que usam o nome de Deus e religiões para oprimir, tudo regimes que suprimem a liberdade e fazem do povo um nada. Basta pensar um pouco. Lá no século XVIII, quando a civilização avançava nas idéias libertárias e começou a dizer não aos ditadores, Montesquieu escreveu “O espírito das Leis” e resumiu a questão: “Os homens são todos iguais no governo republicano (democrático) e são iguais no governo despótico: no primeiro, porque são tudo; no segundo, porque não são nada”.

Foi emocionante ouvir a leitura da “Carta Democrática”, no dia XI de agosto, lá do alto da USP, no Largo São Francisco. No dia do Advogado, homens da melhor estirpe pensante do país ergueram a voz para defender a Democracia, regime das liberdades e do respeito às pessoas. Advogados, estudantes, professores, artistas, trabalhadores, intelectuais, empresários, banqueiros e organizações sociais, todos disseram, alto e bom som, que só temos uma forma de sermos livres: sob o manto da Democracia. Então, é preciso votar em candidatos que defendem a Democracia e suas instituições.

A Carta foi resposta aos ataques de Bolsonaro contra as urnas eletrônicas e contra nossas Instituições democráticas que garantem a Constituição e freiam o autoritarismo. Teve que ser no dia do advogado e na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Ditaduras nem admitem advogados porque, por essência, defendem o Direito que combate o arbítrio e o abuso de poder. Então, pensemos bem. No voto, demos um viva à Democracia!

(Eliseu Auth é promotor de justiça inativo, atualmente advogado).