Um plano que não deu certo

Eliseu Auth

O ilustrado leitor do “Umuarama Ilustrado” sabe que errar é humano, mas que é nobre reconhecer o erro e corrigi-lo. Ninguém é mau por apoiar este ou aquele lado. Tudo depende das informações que tem. É o que acontece com os que tentam justificar a quebradeira de 8/1/23. Seria coisa de “patriotas” enrolados na bandeira nacional, mas saibam que não é. Estão mal informados.

Vou ao tema. Começou o julgamento do vandalismo nas sedes dos três Poderes da República em Brasília. E os primeiros autores da sandice já estão sendo condenados. O Supremo concluiu que foi um episódio pensado, parte de um plano em marcha, com a intervenção das Forças Armadas e a deposição do Presidente Lula, legitimamente eleito. A destruição do Estado Democrático de Direito e o fim da Democracia, era isso que os arruaceiros pretendiam.

De há muito, essa era a trama pensada e incentivada. O caboclo diria que o plano estava na cara. De fato, discursos repetidos do ex-presidente e de seguidores atacavam Juízes, Instituições e Poderes que velam pela Constituição e pela ordem democrática. À frente de quartéis e Tiros de guerra, alguns pediam intervenção militar e imploravam SOS. Logo seguiram-se episódios que queriam instalar caos e desordem para forçar o golpe. Lembro que se tentou explodir o aeroporto de Brasília, invadiu-se a sede da Polícia Federal e se botou fogo em ônibus e veículos. Até minuta havia. Não deu. A Democracia reagiu e as Forças Armadas se mantiveram fiéis à Constituição, frustrando a sanha dos que queriam intervenção, ditadura e despotismo.

Pois é. No estertor, o jeito que a alopragem encontrou, foi quebrar tudo em Brasília, coisa pensada pela doutrina fascista que não suporta a democracia. Achavam que poderia dar certo, chamando as armas para matar a lei, num último suspiro do apelo golpista. De novo não deu, graças ao bom senso, às Instituições e ao Deus verdadeiro, criador do céu e da terra, que está acima de tudo, inclusive da pátria e não só acima de todos como querem os nazistas.

Ficou claro como a luz do sol que havia um plano que não deu certo.

(Eliseu Auth é promotor de justiça inativo, atualmente advogado).