UMUARAMA
Um mês após o assassinato da professora Viviane Brun, vítima de feminicídio em Umuarama, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública (APP-Sindicato) de Umuarama propôs um dia de reflexão, estudo e debate sobre o tema nas escolas da rede estadual do município. A ideia é que o tema seja abordado nas instituições nesta quinta-feira (26). O objetivo é sensibilizar e conscientizar os alunos sobre a importância de combater a violência contra a mulher.
Maria Dervania Vieira, membra da secretaria das mulheres da APP Sindicato, explicou que a ação proposta tem como tema “Educar para previr. Discutindo o feminicídio na escola”. Além disso, na próxima quarta-feira, dia 1º de novembro, a APP Sindicato realizará um pedágio e a adesivação de carros, juntamente com distribuição de panfletos, no cruzamento da avenida Paraná com a avenida Rolândia, no centro da cidade.
MORTE DA PROFESSORA
No dia 27 de setembro, a comunidade de Umuarama ficou comovida com a morte da professora de artes, Viviane Alecio Brun, de 43 anos, que foi baleada pelo ex-marido. A docente foi morta na frente de sua filha, de 21 anos, que também foi atingida. O suspeito fugiu do local, mas foi preso horas depois.
Viviane, mãe de um filho diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), dedicava parte de seu tempo para auxiliar a criança de 6 anos. Seu assassinato destacou a urgência de abordar a questão do feminicídio e da violência de gênero na sociedade.
NÚMEROS NO PARANÁ
De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2022, o Paraná registrou 77 casos de feminicídio. Já uma pesquisa do Laboratório de Estudos de Feminicídios (LESFEM), da Universidade Estadual de Londrina (UEL), aponta que somente no primeiro semestre de 2023, 62 mulheres foram vítimas de feminicídio no Paraná, colocando o estado em terceiro lugar entre os estados com maior número de casos. Esses crimes afetam majoritariamente mulheres entre 25 e 36 anos.
NÚMEROS EM UMUARAMA
Os dados da Delegacia da Mulher de Umuarama indicam que, em 2022, foram atendidos dois casos de feminicídio tentado. No entanto, em 2023, os números aumentaram significativamente, com seis casos de feminicídio tentado e um caso de feminicídio consumado, o de Viviane Brun.
Além disso, um segundo caso de morte de uma mulher está sendo investigado pela Polícia Civil, que aguarda o laudo cadavérico para apurar a causa da morte. A vítima foi encontrada morta em um riacho nos fundos do bairro Jardim Alvorada, apresentando ferimentos pelo corpo.
Esses números preocupantes ressaltam a necessidade de ações como as promovidas pela APP Sindicato para sensibilizar a sociedade e prevenir futuras tragédias.