VILIPÊNDIO
Juranda – O túmulo de Michel Lopes de Oliveira, 30 anos, conhecido por “Paraibinha” foi violado e o corpo incendiado durante a madrugada desta quarta-feira (12), no Cemitério Municipal de Juranda, a 108 km de Umuarama, segundo a Polícia Militar.
O corpo de Oliveira foi enterrado na tarde segunda-feira (10), dois dias após ele ser morto a facadas por dois funcionários em Umuarama. Os dois homens presos pelo crime confessaram a morte e estão recolhidos na cadeia da 7ª SDP.
A DESCOBERTA
Segundo o comandante do Destacamento da Polícia Militar de Juranda, cabo Willian Rabke, a violação foi descoberta por volta das 8h30 por duas mulheres que foram ao cemitério. Elas teriam avistado fumaça saindo do túmulo aberto e acionaram a Prefeitura da cidade, que acionou a PM.
O cemitério fica afastado da área central, na saída sentido a Mamborê e apesar de ser murado não há um portão que dificulte a entrada de pessoas e veículos.
VIOLAÇÃO
Segundo o cabo Willian, os criminosos entraram de carro. Próximo ao túmulo foram encontrados vestígios de óleo diesel, que possivelmente foi o combustível usado para atear fogo no caixão com o corpo dentro. “Eles removeram a tampa do túmulo e atearam fogo no corpo. Não sobrou nada do caixão”, disse o policial.
SOB INVESTIGAÇÃO
Segundo o delegado da 50ª Delegacia Regional da Polícia Civil de Ubiratã, Ivo Viana, o caso já está sendo investigado e a polícia já trabalha com alguns possíveis suspeitos. O delegado esclareceu que Paraibinha era uma pessoa conhecida por ser de difícil trato.
Entre novembro de 2019 e janeiro de 2020 pelo menos quatro pessoas procuraram a polícia para registrar boletins de ocorrência contra Paraibinha, por crimes como ameaça, brigas e discussões.
O caso mais grave é de um episódio em que Paraibinha era apontado como o autor de disparos em um posto de combustível em Juranda. “Na quinta ou sexta-feira da semana passada ele esteve aqui na delegacia prestando esclarecimentos sobre esses fatos”, contou o delegado. Com a morte de Michel Oliveira, os inquéritos são arquivados.
A princípio o delegado não faz correlação entre as autorias da morte e do vilipêndio.
Os restos mortais de Michel Oliveira foram liberados para a família nesta quarta-feira, que optou por realizar uma cremação. O crematório mais próximo fica em Maringá.
VILIPÊNDIO
Qualquer ato de desrespeito, menosprezo ou humilhação que se sujeite o cadáver de uma pessoa o autor da violência incide no crime de vilipêndio, previsto no Código Penal Brasileiro, em seu artigo 212, com pena de um a três anos de prisão e multa.
O CRIME
Michel Lopes de Oliveira foi morto após ser ferido com pelo menos 10 golpes de faca por volta das 19h30 de sábado (8), na avenida Governador Parigot de Souza, próximo ao cemitério de Umuarama. Mesmo ferido ele conseguiu correr dos atacantes e pedir socorro em uma residência na rua Rio de Janeiro, no Parque das Laranjeiras. Apesar de socorrido pelo Siate até o Hospital Norospar, Oliveira morreu cerca de duas horas após.
Os criminosos fugiram no carro da vítima, um Toyota Corolla, encontrado abandonado na avenida Angelo Moreira da Fonseca sem combustível. Os dois matadores foram presos no fim da tarde de domingo (9).
Segundo o delegado-adjunto da 7ª SDP, Gabriel Menezes, a dupla confessou a morte e alegou que foi motivada por uma série de desacordos comerciais entre a vítima e os matadores, que eram funcionários de Oliveira.