DIREITOS HUMANOS
Ao menos 12 trabalhadores de origem paraguaia foram flagrados trabalhando em situação análoga a escrava em uma plantação de mandioca na área rural do distrito de Santa Eliza, em Umuarama. A ação foi nesta segunda-feira (22) e promovida após uma denúncia feita ao Ministério Público do Trabalho e contou com o apoio da 4ª Companhia do Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron). Ninguém foi preso. Os trabalhadores foram retirados do local e levados para a Apromo em um ônibus cedido pela Prefeitura de Umuarama.
Segundo o comandante da 4ª Cia do BPFron, capitão Namur Zandoná, no local foi constatado por um perito do Ministério do Trabalho que os trabalhadores estavam em condições insalubres e inadequadas, como falta de banheiro, local impróprio para fazer refeições e alojamento em condições precárias, sem camas e chuveiros.
Os trabalhadores dormiam em colchões no chão. Também foi relatado pelos trabalhadores que o pagamento dos salários não estariam dentro do combinado e que alguns teriam dívidas com o contratante, segundo o comandante.
Nesta terça-feira (23) será definido pela Justiça do Trabalho, Ministério Público do Trabalho e com o contratante dos trabalhadores como será feito o acerto dos direitos trabalhistas e quem irá bancar o retorno dos homens, que são de nacionalidade paraguaia, para seu local de origem.
Segundo dados do Ministério do Trabalho, apurados através do Radar SIT (Painel de Informações e Estatísticas da Inspeção do Trabalho no Brasil), desde o início de 2023 até o momento 1.048 trabalhadores rurais foram flagrados em condições análogas a escravidão em todo o país.
Denúncias podem ser feitas de forma no Sistema Ipê: www.ipe.sit.trabalho.gov.br , sistema lançado em 2020 pela Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
