Coronavírus
A alta de casos de covid-19 ao redor do mundo vem gerando a escassez de testes para identificar a doença. Em Umuarama alguns laboratórios e farmácias relataram a falta de testes rápidos e RT-PCR. Diante do risco de desabastecimento de insumos para testes de covid-19, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) recomenda, em nota técnica, a priorização de pacientes graves para a realização dos exames.
Em uma pesquisa realizada pelo jornal Umuarama Ilustrado, na manhã de quinta-feira (13), a falta dos exames é relativa, pois em alguns laboratórios os testes rápidos estão em falta e sem prazo para chegar, porém, em outros os kits de testes devem chegar ainda esta semana. A mesma situação se dá para os testes PCR. Conforme administradores de laboratórios, a procura pela testagem aumentou desde o início do ano e por dia são realizados mais de 50 exames.
Nas farmácias que realizam a testagem a procura é ainda maior. Segundo uma farmacêutica – que preferiu não se identificar – na rede em que atua o telefone foi retirado do gancho, pois o fluxo de ligações para agendar horários para testes inviabilizava o trabalho dos atendentes. “São mais de 200 pessoas todos os dias procurando testes. Mas estamos fazendo 50 por dia. Ainda temos insumos, mas a projeção é de faltar”, alertou a profissional.
O Laboratório Reunidos de Umuarama foi o único que informou ter todos os testes disponíveis para a comunidade e sem previsão para faltar. “Temos os testes e nosso resultado do RT-PCR sai de um dia para o outro”, informou diretora Adriane Trevisani.
A Abramed aponta que a alta transmissibilidade da nova variante Ômicron causou aumento exponencial de casos, o que vem demandando significativo aumento da capacidade produtiva global de testes. A entidade alerta que se não houver recomposição dos estoques “rapidamente” poderá ocorrer falta de oferta de exames. Isso ocorre tanto para os de tipo PCR, como de antígeno.
“Quando avaliamos as notícias que vêm de outros países, de que eles já estão sem insumos, é certo que o problema chegará ao Brasil”, diz a associação na nota.
A Abramed disse que não é possível calcular até quando será possível atender, pois os estoques variam entre os laboratórios e as regiões.
A associação informou que outras entidades do setor de saúde serão contatadas para informar da situação, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o Ministério da Saúde, a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) e Associação Médica Brasileira (AMB).
Desde o dia 11 a Secretaria de Saúde de Umuarama informou que aumentou o número de testes de antígeno em pacientes com sintomas de covid-19, os chamados testes rápidos. Segundo a diretora de Saúde, Simony Rodrigues Bernardelli Rosa, o teste de antígeno é realizado com amostras de coleta nasal e deve ser feito apenas a partir do terceiro dia após o início dos sintomas.
Simony destaca que o município possui cerca de 9 mil testes rápidos, porém, de acordo com determinação da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), é preciso realizar ao menos 40 testes RT-PCR por dia. “Desde o início do ano, o número de pessoas com sintomas de gripe aumentou assustadoramente – só entre os dias 2 e 9 de janeiro já foram feitos 572 exames PCR, que demoram em média cinco dias para ter o resultado, devido à sobrecarga que o Lacen está enfrentando. Fazer os testes rápidos trará essa agilidade que o prefeito nos recomendou”, pontuou.
O Ministério da Saúde divulgou nesta quinta-feira (13), por meio do Plano Nacional de Expansão da Testagem para Covid-19 (PNE-Teste), a 7ª pauta de distribuição, que deve contemplar o Paraná com mais 786.511 testes rápidos de antígenos nos próximos dias. A remessa ainda não tem data confirmada para envio.