Cotidiano

CALIBRE 12

Terror em Francisco Alves pode ser ‘a ponta’ de outros crimes, diz polícia

26/11/2018 21H36

‘CALIBRE 12’ Terror em Francisco Alves pode ser  ‘a ponta’ de outros crimes, diz polícia
A caminhonete Hilux da vítima de latrocínio em Terra Roxa foi encontrada carbonizada no distrito de Rio Bonito, em Francisco Alves (foto divulgação Polícia Civil)

A Polícia Civil de Iporã acredita que o incêndio a duas residências e sete veículos ocorrido na madrugada de sábado (24) em Francisco Alves, seja apenas um dos diversos crimes que podem ser atribuídos a uma quadrilha de contrabandistas. Os delitos teriam sido cometidos em Iporã, Francisco Alves, Altônia e Terra Roxa e seriam motivados por vingança.

O último seria um latrocínio ocorrido na área rural de Terra Roxa também no sábado (24), segundo o delegado de Iporã, Hélio Nunes. O carro da vítima, um homem de 56 anos, uma caminhonete Toyota Hilux, foi encontrada totalmente carbonizada na Estrada Bagre, próximo de uma das casas incendiadas horas antes, no distrito de Rio Bonito, em Francisco Alves.

MORTES

Ainda de acordo com o delegado, a morte de um ex-policial civil e de um policial militar aposentado ocorridos em Altônia e Iporã recentemente possam ter ligação com os crimes do fim de semana.

Os criminosos do “Calibre 12” também podem estar envolvidos em um roubo a um vendedor de alho em Iporã e um tiroteio que deixou uma criança ferida em Francisco Alves. Em todas as ações, os autores usaram espingardas calibre 12.

Segundo Hélio Nunes a polícia está encaminhando para o Instituto de Criminalísticas cápsulas de balas recolhidas no local de todos os crimes para comparar se foram disparados das mesmas armas.

VINGANÇA

Ainda segundo o delegado Hélio Nunes, a suspeita é que todos os crimes sejam motivados pelo contrabando e que as ações do fim de semana possam ser uma vingança por algum desentendimento entre quadrilhas.

“As investigações ainda são iniciais. O que sabemos é que os crimes do fim de semana em Francisco Alves sempre levam a uma pessoa específica, que já esteve inclusive presa aqui em Iporã recentemente”, afirmou o delegado.

OS INCÊNDIOS

Segundo o delegado, o primeiro incêndio ocorreu na casa do pai dessa pessoa e o segundo, em uma propriedade rural do empregador do pai. “Pelo que sabemos, o pai dessa pessoa trabalha na propriedade rural e deixou um veículo ali que teria apresentado problemas mecânicos. A princípio esse sitiante não tem qualquer envolvimento com o mundo do crime. Foi uma vítima”, explicou o delegado.

O LATROCÍNIO

Após o ataque na manhã de sábado que resultou em dois imóveis e em sete veículos incendiados no distrito de Rio Bonito, o mesmo grupo teria ido até a área rural de Terra Roxa, onde um homem de 56 anos foi morto a tiros e teve sua caminhonete roubada. O veículo foi encontrado horas depois totalmente incendiado na estrada do Bagre, a mesma onde os criminosos atearam fogo em uma residência pouco antes.

NOVO TERROR

Ainda segundo a polícia, o mesmo grupo teria retornado ainda no sábado até o distrito de Rio Bonito e aterrorizado os moradores com disparos e obrigado um grupo a deitar no chão em praça pública. Os criminosos teriam dito que não iriam ferir ninguém e que desejavam apenas acertar contas com dois moradores da localidade. Após, o grupo teria tomado rumo ignorado.

SEM CONTATO

O Ilustrado tentou contato telefônico com o delegado de Terra Roxa, Pedro Lucena, durante toda a tarde e início da noite de segunda-feira (26), sem sucesso. Ele não retornou as ligações até o fechamento da edição.