Eliseu Auth
Não tem no mundo quem não esteja preocupado como o “coronavírus”. A gente está diante do lado ruim da globalização. Com pessoas indo e vindo de todos os lados para todos os cantos, um vírus até então desconhecido sendo carregado e disseminado, matando pessoas é de preocupar.
Especialistas dizem que aqui, dificilmente febre, tosse e dificuldade respiratória são a doença que veio da China. Se a ciência médica já vai encontrar a vacina, e vai, os estragos na economia estão feitos. Essa quase pandemia lembra a peste negra que assolou a Europa em meados do século XIV, matando um terço da população. Se o coronavírus vem dos morcegos, a peste negra veio de pulgas hospedeiras da bactéria. Pois é. Pelo sim e pelo não, é importante que a gente siga a orientação médica para prevenir a praga.
Gostei do carnaval, não pelos tambores e repiques, mas pelas denúncias e mensagens que falou, notadamente em defesa das minorias e dos excluídos. Foi um grande palco de pregação e protestos de quem não tem voz e nem vez nesta sociedade dividida em ricos e pobres. Um púlpito para denunciar preconceitos contra negros, mulatos, índios, mulheres e “lgbts”.
Não gostei do presidente convocando protestos de rua contra o Congresso e o STF. Isso é afrontar a Constituição. Vão estufar as veias do pescoço pela extinção do Poder Legislativo que faz as leis e do Poder Judiciário que garante o seu cumprimento. Não dizem, mas querem a ditadura. O ilustrado leitor do “Umuarama Ilustrado” vai vê-los enrolados em bandeiras de verde-amarelo e gritando que são nacionalistas e democratas. Não sabem nem o que querem. Se tivéssemos ditadura, não poderiam nem sair às ruas que seriam espancados e presos. A democracia é da Constituição e é tão boa que permite tais manifestações em nome da liberdade de expressão. Hitler também se dizia nacionalista e democrata. Mandando sozinho,extinguiu o legislativo e o judiciário. Matou quem quis e fez o que fez. Saibam que nas ditaduras o cidadão vira escravo do ditador enquanto a Democracia garante a liberdade. O dilema então é o seguinte: ser escravo ou cidadão livre?
(Eliseu Auth é promotor de justiça inativo, atualmente advogado).