Ernesto souza

Ernesto de Sousa

SENSIBILIDADE I

14/07/2023 17H51

Jornal Ilustrado - SENSIBILIDADE I

“A linguagem do coração é universal, só é preciso sensibilidade para entendê-la”. (Charles Duclos).

A pessoa que demonstra ter sensibilidade está capacitada de uma carga emocional acima da média, cujas emoções fluem: há um misto de sentimentos e empatia mesclados com humanidade, piedade e ternura.
Em geral, são pessoas detentoras de espírito colaborador e solidário que estão sempre à disposição em prestar ajuda ao próximo.
Ser sensível é algo que não está relacionado ao peso, à altura, nem tão pouco à beleza. O que torna alguém sensível está ligado ao seu caráter e forma de agir. Para Ly Vieira “a sensibilidade é o charme da força”.
A sensibilidade permite perceber ou sentir as necessidades alheias, cuja habilidade poucas pessoas possuem, pois é um sentimento raro.
No entanto, a insensibilidade é a ausência de sensatez. Pessoas insensíveis são aquelas que, em geral, são truculentas e machucam pela escassez de polidez e cuidado com o próximo e por essa razão. Já a sensibilidade é um sentimento invisível aos olhos: sentida apenas com o coração.
Ter sensibilidade, além de demonstrar ser emotivo, o ato permite enxergar o mundo na sua essência, o que significa ter empatia, uma vez que ela evita que fiquemos indiferentes diante das belezas da vida.
A sensibilidade é a capacidade de “tocar as feridas do outro e curá-las, sem deixar suas impressões digitais.” (Viviane Andrade).
Estudos apontam que pessoas com alto grau de sensibilidade reagem de forma mais intensa de acordo com a situação vivenciada. Por isso algumas demonstram ter mais empatia e maior preocupação com os problemas de um ente querido, do seu meio social ou familiar. Outras vezes, demonstram preocupação de como as pessoas próximas poderão reagir diante de um acontecimento negativo.
Sabe-se que a sensibilidade pode acontecer até mesmo através de um estímulo, o organismo reage e se prepara para atuar em resposta, e esse impulso emocional chamamos de sensibilidade. Trata-se de sentimentos que vão muito além, uma vez que percebem as dificuldades alheias; tais sentimentos refletem a bondade como ela é. Alguns indícios tais como: percepção de forma profunda de que algo possa estar acontecendo com pessoas próximas; são mais propensas a tomadas de decisões; pessoas sensíveis trabalham melhor em equipes, embora possam ser menos introvertidas; infelizmente são mais propensas à ansiedade, principalmente quando vivenciaram experiências negativas no passado.
A sensibilidade permite chorar com maior facilidade. Daí a necessidade de não se expor com muita frequência em ambientes com tais características. No entanto, tem como fator positivo a boa educação, em razão do alto grau de conscientização das questões alheias. E podem interceder em situações que deixam alguém em situação vexatória.
Lembrando que para compreender os sentimentos alheios é necessário conhecer o universo desse indivíduo, bem como as suas angústias e aflições, afinal, cada pessoa tem um histórico próprio, que carece ser respeitado e compreendido. Por isso ser sensível pode ser responsável até mudar o comportamento de pessoas e, muitas vezes, até o destino de alguém.
É importante, além de saber se colocar no lugar da outra pessoa, seguir o que pede o nosso coração, somente assim é possível abrir canais para o diálogo e tentar amenizar a dor do outro. E para reconhecer no outro a dor, o medo, a tristeza e a aflição é preciso possuir sensibilidade e ter percepção das coisas que acontecem ao seu redor. Ratifico ser um sentimento nato, pois é uma habilidade rara que poucos conseguem perceber.
Para Emília Couto “Sensibilidade não é se comover com o que ouve, mas falar com delicadeza sentindo a fragilidade do outro”. E Rosa Berg afirmou que “a sensibilidade sempre nos presenteia com momentos que vão além das palavras”.
E por fim, não se deve esquecer que “é na ausência de sensibilidade, reina a estupidez”, conforme palavras de Izídio Oliveira.


Ernesto de Sousa Ferraz Neto é professor na rede pública de ensino.