Umuarama

Protagonismo empodera

Semana da pessoa com deficiência chama atenção para a inclusão e a discriminação

24/08/2020 15H15

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Conforme a diretora da APAE de Umuarama, Eliana Soares Cerci, ao longo dos seus 30 anos atuando na educação especial ela percebeu algumas mudanças

Começou no dia 21 deste mês e vai até o dia 28 a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla. O objetivo da semana é promover um intenso debate de inclusão social e combate ao preconceito e discriminação das pessoas com deficiência. Com o tema “Protagonismo empodera e concretiza a inclusão social” em Umuarama as atividades serão coordenadas pela APAE local.

Conforme a diretora da APAE de Umuarama, Eliana Soares Cerci, ao longo dos seus 30 anos atuando na educação especial ela percebeu algumas mudanças em relação a inclusão das pessoas com deficiência Intelectual e Múltipla, principalmente com a lei de cotas. Porém, no âmbito social e educacional a educadora não viu uma evolução significativa.

“Na área da educação ainda existem falhas no sistema que prejudicam o desenvolvimento dos alunos. Hoje temos o retorno para APAE de alunos que estavam no ensino regular. As famílias perceberam que o desenvolvimento ficou estagnado ou retrocedeu. Mas não é culpa dos profissionais, mas do sistema”, explica.

Ainda segundo a diretora, no âmbito social o preconceito ainda é algo a ser amplamente discutido. “A sociedade ainda tem preconceito para com a pessoa com deficiência Intelectual e Múltipla. Em alguns casos o preconceito também está dentro da família”, disse Eliana.

Este ano a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla abordará aspectos como atividade física, inclusão no trabalho, vida sexual, direitos e educação das pessoas com deficiência intelectual e múltipla. Devido a pandemia parte das atividades serão online.

NA PELE

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Laura Barbosa Vieprz, de 7 anos, foi diagnosticada com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) aos três anos de idade e em seguida veio o diagnóstico de hiperatividade. Segundo sua mãe, Ana Paula Barbosa Silva, hoje os desafios no desenvolvimento da filha é a informação e o preconceito.

“O desafio maior é entender como funciona a cabeça da Laura. Por mais que pesquisamos e conversamos com especialistas, precisaríamos de um curso ou algo ensinando os pais de como atuar com o filho autista. Muitas vezes fico sem saber como lidar com algumas ações da Laura”, ressaltou.

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Ana Paula acredita que politicas públicas mais eficientes de educação e tratamento poderiam realizar a inclusão mais justa as pessoas com deficiência Intelectual e Múltipla. “Quando falo que ela é altista, as pessoas não entendem, não sabe o que é. Falta muita informação e por isso enfrentamos preconceitos. Minha filha está na APA há dois anos e foi quando ela começou a melhorar o desenvolvimento intelectual”, relatou.

Neste cenário de preconceitos a família acaba deixando o convívio social, para não prejudicar de alguma forma o desenvolvimento da filha. “Já recebemos preconceito, pois ela grita, chora, é inquieta e as pessoas não entendem. A sociedade não foi educada para entender isso. Então, vamos mais na casa dos familiares que sempre apoiaram a gente”, desabafou.

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