Agricultura
Levantamento realizado pelo Departamento de Economia Rural (Deral) – Unidade de Umuarama – ligado a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (SEAB) informou que a região de Umuarama já apresentou R$ 1.793 bilhão em prejuízo na safra 2021/2022. A pesquisa foi feita no dia 3 deste mês e como não houve chuvas os valores de perdas devem ser maiores hoje.
A crise hídrica, que já se estende de forma mais severa desde meados de 2019 no Paraná, somada à temperatura ambiente e de solo excessivamente elevada, ampliou a estimativa de perdas para o setor agrícola do Estado. Na regional de Umuarama só a soja apresentou perdas de R$ 1.204 bilhão. Os municípios mais atingidos na soja foram Alto Piquiri com estimativa de perda de 64.800 mil toneladas do grão e Brasilandia do Sul com 63.270 toneladas.
A região de Umuarama presentou ainda perdas no milho, leite, bovinos de corte, mandioca, forrageiras, café, citrus, cana-de-açúcar, hortaliças e fruticulturas. Segundo o engenheiro agrônomo do Deral de Umuarama, Antônio Carlos Fávaro, até terça-feira todos os 24 municípios da regional devem emitir o decreto de emergência. “A situação é grave e não existe previsão para chuvas”, ressaltou o agrônomo.
Um levantamento preliminar estadual aponta que o valor de perdas nas três principais culturas do período – soja, milho e feijão – está em torno de R$ 24 bilhões, com tendência de aumento. “As perdas conferidas pelos técnicos no campo estão sendo surpreendentes e em evolução. Refizemos algumas contagens nos últimos dias e os valores são superiores aos que tínhamos verificado e anunciado anteriormente”, disse o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. “É uma perda muito relevante para nossa economia, certamente uma renda que fará falta”, ressaltou.
Para possibilitar tomadas de medidas de forma mais ágil e ajudar agricultores e outras categorias de profissionais afetadas pela estiagem no Estado, o governo decretou situação de emergência. “Permite que os agricultores façam minimamente renegociações com fornecedores e com bancos, e estamos atentos, junto com os municípios, para que possamos enfrentar as dificuldades de abastecimento de água para animais, para humanos, para a produção”, afirmou Ortigara.
O secretário já participou de duas reuniões, que também tiveram representantes de Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O objetivo é encontrar solução de forma conjunta para amenizar os prejuízos para os produtores. “Queremos acelerar o processo de avaliação de Proagro, de seguro, para aqueles que têm direito”, disse. O Governo do Paraná já conversa com as seguradoras que atendem o Estado.
No entanto, uma grande parte dos produtores ainda não tem cobertura de seguro para suas culturas. “Renovamos mais uma vez a sugestão aos agricultores para que utilizem esse instrumento que garante mais segurança em casos como esse”, sugeriu Ortigara.