crise
O Santos voltou à Vila Belmiro nesta quarta-feira, após derrota para o Guarani e empate com o São Bernardo em uma série de dois jogos como visitante, mas estar novamente em casa não foi o suficiente para reencontrar a vitória. Mais uma vez pouco produtivo, o time comandado por Odair Hellmann ficou no empate sem gols com o Água Santa, em jogo válido pela quarta rodada do Paulistão, e ouviu muitas vaias, mais contidas durante o intervalo e intensas após o apito final.
Com cinco pontos, o Santos está em terceiro lugar do Grupo A, abaixo de Red Bull Bragantino, com sete, e Botafogo, também com cinco, mas em vantagem no saldo de gols. A Inter de Limeira está em quarto, com quatro, e pode ultrapassar a equipe do litoral paulista pois joga na quinta-feira contra o São Bernardo. O derrotado Água Santa somou apenas seu segundo ponto no estadual e ocupa o terceiro lugar do Grupo B.
Em meio a um processo de ajustes para tentar promover a evolução técnica e tática do time santista, Hellman fez novas alterações. Dessa vez, não contava com Dodi e Mendoza, titulares nas três partidas anteriores. O volante foi preservado por causa de uma mialgia no reto femoral e o atacante colombiano foi cortado pois está com amigdalite. Já o zagueiro Maicon, presente na escalação divulgada pelo clube uma hora antes do jogo, sentiu um desconforto muscular no adutor esquerdo, por isso Eduardo Bauermann começou jogando.
Soteldo, desfalque contra o São Bernardo no final de semana, recuperou-se de entorse no tornozelo e foi escalado como titular, aberto pelo lado esquerdo do ataque. A armação ficou a cargo de Carabajal, que ganhou a primeira chance entre os 11 iniciais nesta temporada, com a missão de dar mais criatividade a um meio de campo que se mostrou escasso de ideias nos primeiros compromissos do estadual.
A presença de um meia de origem na função não rendeu os frutos esperados. O Santos exibiu, mais uma vez, imensa dificuldade em encontrar caminhos para levar perigo ao goleiro adversário. Teve alguns lampejos em jogadas pelas pontas, com ngelo e Soteldo, porém sem exigir grande esforço do goleiro Ygor.
Eficiente defensivamente, pois anulou a ligação alvinegra graças a uma marcação inteligente na intermediária, o Água Santa não foi dos mais brilhantes no campo de ataque, mas teve a principal chance do primeiro tempo. Em cobrança de escanteio, Didi cabeceou dentro da pequena área e parou em defesa incrível de João Paulo, que vinha de uma sequência de erros neste início de Paulistão antes de se redimir com excelentes intervenções no jogo passado, diante do São Bernardo.
Quando a árbitra Edina Alves Batista apitou o final do primeiro tempo, fortes vaias foram ouvidas das arquibancadas da Vila. Na volta para a segunda etapa, Carabajal mostrou-se mais ligado e houve uma pequena evolução santista. De qualquer forma, as jogadas mais interessantes de troca de passes morreram na hora da conclusão e algumas oportunidades de bola para na foram aproveitadas.
A crescente impaciência da torcida foi descontada em Ângelo no momento em que ele foi substituído por Lucas Braga. O jovem de 18 anos foi aplaudido por alguns torcedores, mas vaiado e xingado por outros, e devolveu os xingamentos. Tomados pela tensão nos minutos finais, intensificada por cantos de protesto que ganhavam força na arquibancada, os jogadores alvinegros forçaram investidas na base da adrenalina, depositando bastante confiança em lance individuais de Soteldo, que era bastante procurado.
Não bastasse o cenário de pressão, o Santos ainda passou nervoso com uma decisão da arbitragem. Odair Hellmann e todo o banco de reserva reclamaram muito de uma falta de ataque marcada após roubada de bola de Lucas Barbosa que poderia render uma oportunidade. Hellmann reclamou tanto que foi punido com cartão amarelo.