Umuarama

Agricultura

Safra de milho de Umuarama registra aumento de 45%, mesmo com período de seca

29/07/2019 08H34

Jornal Ilustrado - Safra de milho de Umuarama registra aumento de 45%, mesmo com período de seca

A safra de milho 2018/2019 de Umuarama está chegando ao fim e já registrou 4.707 mil toneladas, ou seja, 45% a mais em relação a colheita de 2017/2018. Conforme o Departamento de Economia Rural (Deral) da SEAB de Umuarama, os números ainda poderiam ser maiores, caso técnicas de manejo e correção de solo fossem adotadas pelos agricultores.

Segundo o agrônomo do Deral, Antônio Carlos Fávaro, na região se verifica uma variação de produtividade devido as condições climáticas e a questão do solo. Uma vez que existem propriedades localizadas em regiões com solo de características mais arenosas e outras em solo mais argilosos. “Os resultados mostram que estamos no caminho certo. Temos potencial para lavoura de inverno e verão. No entanto, existem pontos de preocupação para correção de fertilidade do solo no Arenito Caiuá”, disse.

O economista do Deral, Ático Luiz Ferreira, explicou que em regiões como Brasilândia do Sul e Alto Piquiri, o plantio do milho foi antecipado, o que proporcionou melhor produtividade em relação a seca. “Este ano algumas as lavouras plantadas mais cedo, apresentaram colheita de 350 sacas, pois tiveram menos problema com a seca”, ressaltou.

INTEGRAÇÃO É A SAÍDA

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Ainda segundo o agrônomo Fávaro, aos poucos a região está compreendendo que a integração lavoura pecuária é o melhor caminho no sentindo de aumentar a produção regional. “Percebemos um crescimento nas áreas de plantio e mesmo com os problemas climáticos, a integração pecuária e lavoura vem melhorando a produtividade. Isso mostra que existe possibilidade de se plantar no Arenito e cabe ao produtor ter os cuidados para garantir a produção. A integração é perfeita e promove uma subida na escala da rentabilidade por hectare”, explicou.

PARANÁ

A safra de grãos 2018/19 no Paraná caminha para o final da colheita com um volume total de 37,2 milhões de toneladas, que equivale a um aumento de 5% sobre a safra anterior que rendeu um volume de 35,4 milhões de toneladas.

A safra seria ainda maior não fosse as perdas na soja, de 17%, e no trigo, ao redor de 16% da produção. Em contrapartida, a segunda safra de milho, que está com 65% da área colhida, está apresentando um dos melhores resultados da história do grão plantado nesta época do ano.

A análise é do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, que divulgou nesta quarta-feira (24) os resultados parciais da safra de grãos 2018/19. A preocupação era com a geada recente, ocorrida no início de julho, que poderia ter atingido várias culturas.

TRIGO

A onda de frio atingiu em cheio o trigo plantado na região Oeste do Estado, que estava em fase suscetível. O trigo plantado nas regiões Sul e Norte foi pouco prejudicado e não apresenta perdas significativas, disse o engenheiro agrônomo do Deral, Carlos Hugo Godinho.

A produção estimada inicialmente pelo Deral era de 3,2 milhões de toneladas. Agora essa estimativa baixou para 2,7 milhões, uma queda de 500 mil toneladas, que corresponde a 16% da produção em relação à estimada. Mesmo assim, o Paraná continua na liderança da produção de trigo no País, informou Godinho.

Isso porque, segundo ele, em relação à produção da safra passada, a perda provocada pelas geadas este ano não passa de 100 mil toneladas. Na safra anterior foram colhidas 2,8 milhões de toneladas de trigo no Paraná.

Nesta safra foram plantados um total de um milhão de hectares com trigo, dos quais 80 mil hectares apresentam perda total nas lavouras. A região Oeste produziria em torno de um quinto do trigo no Paraná, sendo uma das principais produtoras. Só na região Oeste, a quebra alcançou 51% da produção prevista para a região. Com isso, o Deral reduziu para 10% a participação do Oeste em relação à produção total de trigo no Estado.

Segundo Godinho, antes das geadas o Paraná atenderia seu autoabastecimento, em torno de 3 milhões de toneladas.

MILHO

A produção do milho surpreendeu e está resultando num dos melhores volumes colhidos durante a segunda safra, registrando a maior produtividade dos últimos anos. De acordo com o analista Edmar Gervásio (Deral), a segunda safra de milho deverá alcançar produção de 13,7 milhões de toneladas, um aumento de 50% em relação ao que foi colhido no mesmo período do ano passado, cujo volume foi em torno de 9,1 milhões de toneladas.

A colheita atinge 65% da área plantada e o resultado está alcançando uma produtividade média de 6.100 quilos por hectare, uma das maiores da história do Estado. O clima foi favorável durante todo o desenvolvimento vegetativo e as geadas ocorridas no início de julho não provocaram impacto na cultura. Quando as geadas aconteceram, as lavouras de milho já estavam prontas para a colheita, explicou Gervásio.

Com esse resultado, as duas safras de milho cultivadas no Estado estão rendendo um volume de 16,7 milhões de toneladas que vai colaborar com a safra brasileira que este ano deve ser recorde, atingindo 98 milhões de toneladas.

O milho paranaense vai ajudar a atender os mercados interno e externo, cuja demanda está em alta. No Brasil, a demanda por milho está aquecida em virtude da produção de carne suína, cuja cadeia está se expandindo para outros mercados no cenário internacional.

A China e a Rússia estão comprando carne suína do Brasil e do Paraná. Este ano também haverá exportação de milho em grão em maior quantidade, prevê Gervásio. Das 30 milhões de toneladas que deverão ser exportadas pelo Brasil, entre 3 a 4 milhões sairão do Paraná.

Por conta desse aquecimento, os preços estão se sustentando entre R$ 28,00 e R$ 30,00 a saca, considerados bons. No ano passado, os preços eram os mesmos mas teve quebra de safra. Por isso, os produtores estão satisfeitos com a colheita de uma boa safra e preços acima do custo de produção.

SOJA E FEIJÃO

As lavouras de soja e de feijão da safra 2018/19 estão colhidas e os resultados são de queda na produção de soja, devido a problemas climáticos ocorridos no último trimestre do ano passado, quando faltaram chuvas durante o desenvolvimento vegetativo, disse o economista Marcelo Garrido, do Deral.

Segundo ele, a expectativa inicial era colher 19,6 milhões de toneladas, mas foram colhidas 16,2 milhões, uma perda de 17%, que equivale 3,4 milhões de toneladas do grão que foram perdidas.

A preocupação do produtor é com a comercialização, porque a cotação da soja está enfrentando turbulências no cenário interno e externo. No cenário interno, o preço está submetido ao câmbio que está em baixa no momento. E no cenário externo, há as inseguranças da guerra comercial entre Estados Unidos e China, e a peste suína ocorrida na China que derrubou a compra do grão pelo país asiático.

Com isso, a saca da soja está sendo comercializada em média por R$ 66,40, valor 13,2% menor que em igual período do ano passado, quando foi vendida em média por R$ 76,50.

As duas primeiras safras de feijão plantadas no Paraná já estão colhidas, restando no campo a terceira safra plantada de forma localizada na região Norte, constituindo uma safra pequena em relação às duas primeiras.

Segundo o Deral, o Paraná produziu este ano 602 mil toneladas de feijão, mantendo a liderança da produção nacional. Segundo o engenheiro agrônomo do Deral, Carlos Alberto Salvador, os preços estão estabilizados em R$ 119,00 a saca para o feijão-de-cor, e R$ 114,00 para o feijão-preto.