Projeto Social
Após mais de quatro anos em funcionamento, o Sacolão Popular fechou as portas na última quinta-feira (17), em Umuarama.
O comércio é o ponto de troca das moedas verdes do projeto Lixo que Vale, desenvolvido pela Prefeitura de Umuarama em parceria com a Cooperativa dos Produtores Rurais de Umuarama (Cooperu) e que beneficia famílias em vulnerabilidade social e pequenos produtores da agricultura familiar.
Para atender ao público que ainda está com os recursos do programa, nesta quinta (24) e sexta-feira (25) o sacolão fará o atendimento ao público, de forma excepcional.
Segundo o vice-presidente da Cooperu, Aguinaldo Lolli, a decisão de baixar as portas neste momento não significa que os projetos sociais envolvidos serão desativados.
No primeiro momento, os produtores que entregam verduras e legumes no sacolão vão ser englobados pelas vendas feitas pela cooperativa. “Estamos trabalhando para incluir essa produção na entrega a mercados e a merenda”, explicou Lolli.
Para o ano que vem, já estão encaminhada a construção de uma cozinha industrial que deverá preparar os alimentos para serem comercializados prontos para consumo. “Com isso vamos ter que aumentar a produção”, salientou.
Já no tocante ao projeto Lixo que Vale, o secretário de Agricultura de Umuarama, Murilo Teixeira, tem a mesma fala de Lolli: programa terá continuidade em 2023, mas o formato ainda está indefinido. Em estudo está o uso de um ônibus adaptado com prateleiras que iria aos bairros atendidos para que as pessoas façam a compra de verduras e legumes a preços populares.
Lolli salientou que a impossibilidade da diretoria da Cooperu de acompanhar de perto o andamento do sacolão acabou gerando dificuldades financeiras que inviabilizou neste momento o funcionamento.
A Prefeitura de Umuarama bancava despesas com água, luz, um funcionário e a locação do prédio. A Cooperativa entrava com os produtos. O que era produzido pelos cooperados era vendido pelo valor de custo. Já produtos trazidos de outras praças podiam ser comercializados com valor até 20% acima do custo.
“Nós somos produtores e não temos condições de ficar acompanhando de perto o dia a dia do sacolão. Enquanto estava um servidor da Prefeitura tudo funcionou bem. Mas depois ele precisou sair e quem ficou no lugar não conseguiu manter o trabalho andando bem”, explicou o produtor.
O projeto Lixo que Vale nasceu em Área de Proteção Ambiental (APA) e funciona há cerca de 10 anos. O projeto incentiva a separação dos resíduos sólidos, a coleta seletiva e a produção rural, a fim de minimizar os impactos ambientais, preservar as águas da APA, gerar renda e melhorar a qualidade de vida. Na prática, as famílias participantes trocam os materiais recicláveis por um dinheiro chamado de ‘moeda verde’. Com ele, consegue comprar frutas, verduras e legumes de pequenos produtores.