CORONAVÍRUS
Com aumento de 141% dos novos casos de covid-19 em relação ao mês de outubro, a regional de Umuarama enfrenta a superlotação dos leitos (95%) destinados ao tratamento de pessoas com a doença, além de 54 pacientes ocupando vagas em municípios de fora. A preocupação das autoridades de saúde em relação ao cenário atual e futuro é que em breve será necessário escolher quem receberá o tratamento para sobreviver a doença.
No total, os três hospitais cadastrados para atender os pacientes com suspeita e os confirmados para covid-19 de Umuarama abrangem um território com 275 mil habitantes. Neste cenário e com a velocidade em que o contágio do vírus vem ocorrendo, os 22 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 36 enfermarias estão superlotados.
No primeiro pico de casos registrados em Umuarama as UTIs permaneceram lotadas entre fim de julho e começo de agosto. Agora com a retomada do aumento de casos, as vagas de unidade de terapia intensiva – destinadas ao tratamento de pessoas com covid-19 – estão lotadas desde o dia 15 de novembro, mesmo com o aumento de leitos.
Os leitos da macrorregião também seguem lotados, nesta segunda-feira (14) dos 137 leitos de UTI/Covid distribuídos na região Noroeste existiam apenas 10 disponíveis.
“Na Macrorregião Noroeste foram reativados 40 leitos de UTI e 140 de enfermaria”, destacou a diretora da 12ª Regional de Saúde, Viviane Herrera Ufemea. Porém, segundo a diretora, os leitos estão no limite e a principal medida de enfrentamento nesta fase crítica é o distanciamento, o isolamento social e o uso de máscara.
Dados da Regulação de Leitos Estadual mostram que até agora, 562 leitos de enfermaria e 197 de UTI adulto foram reativados no Paraná. Além disso, existe a previsão de mais 44 leitos até nesta segunda-feira (14). Atualmente o Estado soma 1.090 leitos de UTI adulto, 1.690 enfermarias e 22 UTI’s e 34 enfermarias pediátricas abertos em reforçado neste período.
Viviane ressaltou que Umuarama está chegando no limite de abertura de leitos e essas vagas não são sinônimos de remédio ou vacina para covid-19. “Muito se fala em habilitação de leitos e pouco se fala na dor dos familiares dos mais de 6.500 mil paranaenses que perderam suas vidas pela covid-19. Esta reflexão que pedimos para que a população faça: ‘leitos não trazem de volta as vidas que foram e serão perdidas’. Até o momento a única ação eficaz para conter o crescimento desenfreado da contaminação é o distanciamento social, como uso de máscaras e conscientização de que isso depende de mim, de você, de cada cidadão”, finalizou a diretora.
Segundo Viviane Ufemea, é urgente a redução do volume da transmissão do vírus. “Neste contexto que estamos vivendo, leitos não bastam e em nenhum sistema de saúde no mundo comportaria tantos doentes ao mesmo tempo. Hoje temos óbitos em 16 cidades. A região de Umuarama fechou sexta-feira (11) com 7.792 casos e 77 óbitos. Pessoas estão esperando em pronto atendimento (PA) de 3 a 4 dias para conseguir um leito. Esses pacientes vão agravando e muitos estão sendo entubados dentro do PA. O cidadão não está levando a sério a pandemia. Ele sai se contaminando e depois acha que o leito será a salvação”, alertou.
A previsão para o cenário de novos casos com as festas de fim de ano é desafiadora para o setor da saúde. Existe a informação de que as chácaras de lazer de Umuarama estão todas locadas e o fluxo de aglomeração prevista vai colocar em cheque o sistema de saúde da regional de Umuarama. “Se não houver o distanciamento e não digo fechar o comércio, mas sim a consciência de não ampliar a contaminação, no começa de 2021 teremos números piores dos de dezembro e pessoas vão morrer”, alertou.