Eliseu Auth
Eliseu Auth
Dá nojo a má vontade do mercado especulador com gastos de dinheiro público onde ele precisa estar. Principalmente na área social. Com ele vai a grande imprensa abastecida por ele. Outro dia quase “deu cria” sem a menor razão. Não é que Lula, em reunião com seus Ministros, declarou que “dinheiro bom” não é o que fica em caixa, mas o que se transforma em obras como escolas, estradas, creches, casas populares, portos, aeroportos e infra-estrutura. Aí a turma da especulação rosnou: Onde se viu? Cadê a meta fiscal?
Pois é. A grande imprensa deu uma de raposa sutil e agourenta. Raposa não gosta do galinheiro porque protege as galinhas que quer devorar. À sua imagem, alardeou que o “teto de gastos estava em perigo”. Escondeu que o Presidente se referia ao dinheiro que está previsto em orçamento para cada um dos Ministérios. Também esqueceu, de caso pensado, que o país precisa cuidar da sua infra-estrutura para se desenvolver e crescer. Que mal há nisso? Ainda ignorou que temos um “Arcabouço Fiscal” com travas para gastos, coisa que nunca tivemos antes. Sim, o próprio governo fez aprovar no Congresso esse arcabouço com regras nas despesas do Estado em até 70% do aumento das receitas registradas no ano anterior. Ali, deu clareza de equilíbrio e controle nos seus gastos. Raposagem por quê? Onde está o desrespeito ao teto?
No fundo, essa gente não gosta do Estado que investe no desenvolvimento. Não quer políticas públicas que, aliás, foram mais que esquecidas nos quatro anos do fatídico governo que passou. Senhores do Estado mínimo, esse que a extrema direita quer! Prestem atenção: as riquezas do país devem servir a todos e o país precisa investir para produzi-las. Não só para meia dúzia. Não somos e não devemos ser um Estado à imagem do bíblico Epulão que se farta enquanto o pobre Lázaro recolhe as migalhas que deixa cair no chão.
A Imprensa livre é imprescindível e só existe na Democracia. Ela sempre é bem-vinda, ainda que crítica. Garante transparência e fiscaliza a coisa pública. Se não deve ser sabuja do poder, que não faça o papel da raposa agourenta.
(Eliseu Auth é promotor de justiça inativo, atualmente advogado).