Política

RENOVAÇÃO

Quem é o Delegado Fernando e o que esperar dele como deputado

11/02/2019 11H02

Jornal Ilustrado - Quem é o Delegado Fernando e o que esperar dele como deputado

O início de fevereiro marcou também a posse dos 54 deputados estaduais eleitos em outubro passado. É o início da 19ª Legislatura da história paranaense (01/02/2019-31/01/2023).Enquanto para 20 deles esta será a primeira experiência no Parlamento estadual, outros 32 deputados foram reeleitos e darão continuidade à atuação no Legislativo. Duas deputadas já ocuparam cadeiras na Alep e estão retornando à Casa.

Entre os novatos está o Delegado Fernando, único deputado estadual de Umuarama e região, eleito com 36.937 votos. Há várias semanas ele já vem atuando em Curitiba, conquistando posição de destaque na bancada do PSL e abrindo importantes frentes de diálogo com o governador Carlos Massa Ratinho Junior, no intuito de propor ideias e projetos que viabilizem recursos para a região. “Estou preparado para representar as pessoas de Umuarama e região e trabalhar pelo Paraná”, disse.

Delegado de Polícia Civil há 15 anos, Fernando Ernandes Martins se destacou na área por enfrentar o crime e bater de frente com os criminosos, defendendo a sociedade. Ficou conhecido como um profissional de soluções rápidas, graças ao trabalho em equipe e a eficiência para lidar com situações de forte clamor popular.

Dono de um estilo próprio, Fernando também se notabilizou pelo estilo sereno e comedido, ouvindo mais e falando menos. Mudava radicalmente quando tinha que “vestir o ofício de delegado, um trabalho que ele ama”, como explica a esposa Angélica Carcel Martins.

“É como se eu estivesse vendo uma outra pessoa daquela que convivo em casa. O Fernando não compactua com o erro. Quantas vezes eu ficava com o coração na mão quando ele saía de madrugada para uma operação perigosa. Ele também não tinha hora pra voltar… Mas sabia que era o trabalho dele. As pessoas de bem precisavam dele e agora, como deputado, não vai ser diferente”, diz.

Nos bastidores, Angélica teve protagonismo na campanha de Fernando para a Assembleia, feita com recursos escassos, principalmente pela internet, por ser eficiente e mais barato. Dividindo as tarefas de mãe zelosa, dona de casa, estudante de biomedicina e pigmentadora requisitada, a esposa sempre atuou como uma guardiã dos princípios do marido.

“Eu convivo com o Fernando há anos, sei do coração imenso que ele tem, da vontade de ajudar e fazer a diferença. Então eu me dediquei a cuidar para que a verdadeira imagem dele chegasse às pessoas e com a nossa tropa de elite (como o grupo de apoio passou a ser conhecido), nós conseguimos”.

Paulistano

Fernando tem 44 anos e nasceu em Marília, no interior paulista. Tornou-se delegado movido por uma situação de injustiça a que sua família foi submetida ao procurar por autoridades do poder. Optou pela carreira de delegado por acreditar que seria a forma mais direta e rápida de combater a impunidade. Isso explica sua linha operacional, prática e pouco burocrática.

Um amigo próximo descreve bem uma cena que explica o delegado atrás do distintivo. “Estava num momento muito difícil. O Fernando, que é evangélico, sabia que estava passando por um momento complicado e me convidou para uma operação. Eu saí pensando que ia ajudar a prender bandidos. De repente ele para na frente de uma igreja e pergunta se eu estava com a arma no jeito”.

E acrescenta: “Então o Fernando coloca a mão embaixo do banco do carro. Pensei que tiraria uma pistola, mas era uma bíblia. Confesso que chorei. O Fernando me disse que aquela era a verdadeira arma de um homem. Entramos na igreja e oramos. Jamais vou me esquecer disso”, diz pedindo para não ser identificado.

Eleito pelo PSL, Fernando faz questão de dizer que é um discípulo dos ideais de Jair Bolsonaro e que o “lado amargo” da campanha já passou. “Precisamos olhar para frente. Tenho muito orgulho de ter participado da construção dessa mudança que o nosso país tanto precisa. Acredito no presidente Bolsonaro e me proponho a ser uma peça nesse exército de transformação”, pondera.