Que tempos!!!

Há que aprender com a história. Como mestre-escola, ela nos ensina e adverte sobre escolhas e o caminho a trilhar. Os americanos lá do norte escolheram Trump, um negacionista obsecado pelo poder e avesso a imigrantes e estrangeiros que se diz com a missão de fazer os americanos grandes de novo. Ele me lembra Hitler, personagem que certamente o inspira. Esse carrasco alemão, segundo Matos Peixoto, “confiava em seu destino messiânico a serviço do povo alemão”. (in Atentados políticos, pág. 262). Chegado ao poder pelas mãos do fraco presidente von Hindenburg, logo pavimentou o caminho para a ditadura nazista na Alemanha. No bordão “Deutschland über alles” (Alemanha acima de tudo) e a pregação da “raça ariana” como superior a todas as outras, iniciou sua trajetória de horror. Vou ao parágrafo.

Com seu discurso nacionalista empolgou as elites alemãs e conquistou o apôio popular. Aí, armou a Alemanha até os dentes e se fez todo-poderoso, matando adversários, judeus, negros, homossexuais, ciganos, deficientes e quem se opusesse a ele. Queria o mundo aos seis pés e da Alemanha de raça superior, segundo ele. Aí, sem motivo invadiu a Polônia e provocou a segunda guerra que foi uma tragédia mundial. Só não conseguiu o intento de dominação universal, graças aos países aliados que o derrotaram.

Faço o paralelo porque Trump imita Hitler. Para ele, o que conta é o interesse norteamericano. O resto que se dane. Fala em tomar o Canal do Panamá, anexar a Groelândia e taxar as importações no comércio com outros países para enriquecer os americanos. Em Davos, a empáfia disse ao mundo: “Quem não quiser ser taxado, que venha produzir nos Estados Unidos…”

Quanto ao Brasil, disse que nós é que dependemos dele. Depois de assumir, começou a deportar imigrantes. Para o Brasil mandou o primeiro avião com 88 brasileiros que relataram torturas, desprezo e humilhação. Um quadro deprimente de menosprezo aos brasileiros. Mas, tem quem gosta disso. Deputados e senadores da extrema-direita foram à posse de Trump e nem conseguiram lamber suas botas. Tudo um quadro deprimente. Tem mais a lamentar. Trump já saiu do Acordo do clima de Paris, extinguiu o órgão que monitora eventos climáticos e revogou leis de proteção ambiental. Insensível, frio e cruel, chamou de esquerdista à religiosa que lhe pediu misericórdia com os imigrantes e exigiu um pedido de desculpas que não veio. E jamais virá porque o amor ao próximo é um princípio cristão. Que tempos!!!

(Eliseu Auth é promotor de justiça inativo, atualmente advogado).