Dr. Eliseu Auth

Eliseu Auth

Que aprendamos

12/03/2019 17H27

No ano que se foi, perdemos mais que ganhamos. Não deveria ser esta a lógica dos acontecimentos, mas foi. Perdemos lá fora e aqui dentro. No país, a economia se torce e retorce no desarranjo das contas públicas. E lá se vão empregos e esperanças de vida melhor de nossos compatriotas. Tudo coisas que poderiam ter sido previstas, amenizadas e até evitadas. Se tem fatores externos, aqui dentro foi incompetência e corrupção que nos levaram a esse quadro. O que mais falta é visão de futuro de quem nos administra nos três poderes da república. É muito ruim a qualidade dessa gente. E nós, reles mortais ficamos com a sensação de que o que resta é dobrar os joelhos, olhar para os céus e rezar.

Cinqüenta e dois por cento dos municípios brasileiros estão em crise segundo o jornal nacional ao falar dos novos prefeitos que assumiram. Umuarama deve estar nisso pelo que se vê. Se é assim é hora do ministério público entrar em campo e fazer o que precisa ser feito. Lá e aqui. Nisso tem que contar com os novos prefeitos. Auditem contratos, construções, contas e transações. Analisem a legalidade de concessões, loteamentos e qualidade das obras que lá estão. Se for caso joguem na justiça a fim de que paguem pelo mal feito e não voltem ao poder. Se tudo estiver em dia que mostrem também. Torço que ponham tudo às claras. A gente tem o direito de saber. Surge que todos nós vamos saber quem é quem no trato da coisa pública. Isso é transparência.

Lá fora também perdemos. O mundo vive a pior crise que já viveu. Guerras, ódio, violência, fome e poluição marcam esta quadra da história. Enquanto isso o mundo procura um líder que junte todos em torno de um projeto que salve o planeta. É isso que precisamos e que a ONU custa a cumprir. Para piorar, a nação mais forte nos apresenta Trump. Tomara que a gente se engane, mas acho que perdemos mais uma vez. Termino não querendo ser pessimista. Preciso ser renitente e reflito que tempestades, borrascas, ventos e tufões são sempre sucedidos pela bonança. Só quem cai aprende a levantar. “Die Not bricht Eisen”., diziam meus pais. Literalmente, a necessidade quebra ferro. Aprendamos com a crise que ensina. Faz pensar a saída. Tem lições que temos que aprender. Então que aprendamos.

(Eliseu Auth é promotor de justiça inativo, atualmente advogado militante).