MAIS TURISMO
Através de um pedido realizado pela vereadora Rosy Anne Bertoco e pela prefeita Helena Bertoco, foi aprovado na última segunda-feira (06), o Projeto de Lei 399/2020 interposto pelo deputado estadual Do Carmo, que institui o título de “Cidade dos Dinossauros” para Cruzeiro do Oeste.
Conforme o vídeo que transmite a sessão de votação em plenário, o projeto de lei foi aprovado de forma unânime, havendo o reconhecimento geral sobre o impacto que a divulgação desta riqueza geológica trará para o Estado do Paraná, beneficiando Cruzeiro do Oeste na conquista de recursos e apoio para a preservação e o turismo, o que reflete economicamente movimentando o comércio local e impulsionando a geração de emprego e renda, atraindo novos investidores e empresas do ramo.
“É um projeto valoroso porque fortalece um conhecimento importantíssimo para os paranaenses sobre uma riqueza que temos aqui, patrimônio que merece políticas públicas de preservação, de cuidado e de turismo”, ressaltou o Deputado Estadual Goura durante seu voto favorável à aprovação do projeto.
Cruzeiro do Oeste agradece ao deputado estadual Do Carmo pela iniciativa e apoio ao atender esta solicitação, levando nossa cidade mais um passo em direção ao progresso.
História
A descoberta ocorreu a partir de uma escavação na beira da estrada para escoar a água da chuva. O local ficou famoso em junhodo ano passado, quando foi revelada a descoberta do primeiro dinossauro encontrado no Estado, o Vespersaurus paranaensis.
É reconhecido também por ter, possivelmente, a maior concentração de pterossauros do mundo – até agora, duas novas espécies dos répteis voadores já foram descobertas no sítio, onde também foi encontrado o Gueragamas sulamericana, um pequeno lagarto que viveu no período Cretáceo, há cerca de 80 milhões de anos. Há apenas outras duas áreas no planeta com um número tão grande de fósseis de pterossauros, na província chinesa de Xinjiang e no deserto do Atacama, no Chile.
Para mostrar à população os fósseis encontrados na cidade e também fazer pesquisas com os materiais coletados, a prefeitura já criou um Laboratório e o Museu Paleontológico de Cruzeiro do Oeste, com apoio da Universidade Paranaense (Unipar), que cedeu equipamentos para os trabalhos no laboratório, e acordo de cooperação técnica da Universidade Estadual de Marina (UEM), por meio do Grupo de Estudos Multidisciplinares do Ambiente (Gema).
PATRIMÔNIO
O material proveniente das escavações que ocorreram entre 2012 e 2014 foram enviados para pesquisa na Universidade Federal do Contestado, em Mafra (SC), e para o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, e retornou para o município em 2015. A prefeitura criou, então, o Laboratório de Paleontologia para recatalogar e fazer novas pesquisas com os fósseis. O material está no museu criado na cidade para abrigar os fósseis.
FORMAÇÃO
O sítio paleontológico se encontra no famoso Arenito Caiuá, formação geológica originada no período Cretáceo (de 145 milhões a 65 milhões de anos atrás). Pesquisadores da UEM envolvidos na pesquisa do Vespersaurus paranaensis destacam que o local era um ambiente de deserto. Para explicar a grande concentração de fósseis em um ambiente assim, os pesquisadores recorreram à área da estratigrafia, ramo que estuda a sucessão de camadas ou estratos de um corte geológico. “Era difícil entender como um ambiente desértico concentraria um uma quantidade tão grande de fósseis animais. Chegamos à conclusão que ali existiam os chamados rios efêmeros, que só têm água em períodos de chuva forte, algo como um oásis”, explica o professor Edison Fortes, pesquisador do Gema e professor do departamento de Geografia da UEM.