EM UMUARAMA
Nos últimos 10 anos o número de haitianos, venezuelanos, bolivianos e demais imigrantes aumentaram em Umuarama. Segundo a Caritas Internacional – confederação de 165 organizações humanitárias da Igreja Católica – na Capital da Amizade são atendidos cerca de 500 imigrantes, os quais deixaram para trás sua história na antiga pátria e buscam no Brasil formas de ganhar a vida.
Uma vez no Brasil os imigrantes iniciam o difícil processo de socialização, sendo a língua uma das barreiras. Neste cenário a professora umuaramense e coordenadora de cursos da UniAlfa Faculdade, Laís Bueno Tonin, auxiliada pelos alunos do curso de Pedagogia, iniciou um projeto para levar o ensino da Língua Portuguesa aos imigrantes e dessa forma promover apoio e empatia.
Aulas gratuitas são realizadas as sextas-feiras na sede da UniAlfa, em Umuarama, com 20 vagas por semestre. “Fornecer aulas de Língua Portuguesa é uma forma de ajudá-los na interação com a comunidade, na busca de emprego e no processo de naturalização. Ao participar do curso, o imigrante recebe um certificado e o documento ajuda no nivelamento do ensino que receberam em seus países”, ressaltou a professora.
Além dos alunos de Pedagogia, o projeto recebe apoio dos cursos de Direito e Psicologia com assistência jurídica e psicológica. “Como estamos em uma instituição de Ensino Superior também começamos a oferecer para os participantes do projeto assistência psicológica e jurídica. Inclusive temos contato com a Defensoria Pública do Paraná, que se colocou à disposição para regularização de documentação dos imigrantes”, falou.
Em dez anos ocorreu um aumento de 24,4% no número anual de novos imigrantes registrados no Brasil, sendo as imigrações venezuelanas, haitianas e colombianas as principais responsáveis pelo aumento. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Atualmente 1,3 milhão de imigrantes residem no Brasil.
Atualmente 1,3 milhão de imigrantes residem no Brasil. O número de novos refugiados reconhecidos anualmente no país saiu de 86, em 2011, para 26,5 mil em 2020. As solicitações de reconhecimento da condição de refugiado também aumentaram, passando de cerca de 1,4 mil, em 2011, para 28,8 mil, em 2020.
Laís acredita no acolhimento dos imigrantes pelo projeto visando proporcionar possibilidades no desenvolvimento dos setores da educação, trabalho e renda, além de gera empatia entre os povos. “Mesmo o Brasil sendo conhecido como um país alegre estamos em 38º no Ranking Mundial de Empatia. O preconceito é prejudicial em todos os sentidos. Além disso, os acadêmicos também estão provando de uma vivência única, pois estão envolvidos na educação dos imigrantes”, finalizou a coordenadora.
As inscrições para o projeto ocorre a cada semestre e os imigrantes precisam ficar atentos aos anúncios feitos pela Caritas e UniAlfa.