Alerta
O portal de notícias independente Repórter Brasil veiculou material jornalístico, chamado ‘Mapa da Água’, em que estudou e apontou possíveis indícios de contaminação da água consumida pela população de Umuarama. De acordo com o material, na água distribuída pela Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná) haveria “substâncias inorgânicas e subprodutos de desinfecção”, tornando-a imprópria para consumo. Diante do fato, a Secretaria Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor – Procon Umuarama abriu um Termo de Investigação Preliminar para apurar as afirmações.
Além do termo de investigação contra a Sanepar, o Procon também enviou ofício ao escritório regional do Instituto Água e Terra – IAT abordando os resultados indicados no estudo do Mapa da Água. Segundo a matéria divulgada na segunda-feira (7), diversos municípios da região Noroeste estariam com o mesmo problema de Umuarama. “São informações gravíssimas. A essencialidade do serviço de abastecimento de água, somada à necessidade de que sejam observados os padrões de qualidade da água para consumo humano, fez com que o Procon instaurasse esse Procedimento de Investigação Preliminar, com base no disposto no art. 33, §1º, do Decreto Federal 2.181/97, para apurar a verdade dos fatos”, relatou o secretário.
Segundo o Mapa da Água, entre 2018 e 2020, na água de Umuarama foram detectadas três substâncias com índices acima do limite de segurança, sendo uma delas – o arsênio – com maior risco de gerar doenças crônicas, como o câncer. “O estudo apontou presença de arsênio, classificado como cancerígeno para humanos. O ácido arsênico e o trióxido de arsênio, dois compostos inorgânicos desse elemento, são usados como descolorante, clareador e dispersante de bolhas de ar na produção de garrafas de vidro e outras vidrarias”, detalha Bitencourt.
Ele acrescenta que as outras substâncias apontadas no relatório foram o trihalometanos total e o bário. “Pela proporção da gravidade que vislumbramos, resolvemos também envolver o IAT na questão, já que este instituto participa do Programa Nacional de Qualidade da Água. O procedimento questiona e requer da Sanepar e do IAT quais são os critérios adotados para realizar a testagem da água nas estações de tratamento e como eles definem o padrão de qualidade. Mas principalmente questionamos quais os procedimentos adotados para cessar imediatamente a contaminação, garantindo assim a qualidade da água dentro dos padrões de segurança”, garantiu.
A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) realiza 7,5 milhões de análises por ano, para verificar a conformidade de 109 parâmetros que estabelecem o padrão de qualidade de água segundo o Ministério da Saúde. Este controle é realizado, de acordo com cada parâmetro, a cada hora, diariamente, mensalmente e a cada semestre, seguindo o monitoramento definido pela Portaria de Potabilidade do Ministério da Saúde e com aprovação das Vigilâncias Sanitárias municipais.
Todos os resultados das análises laboratoriais de qualidade da água da Sanepar são monitorados por uma rede de saúde pública formada pela Vigilância Sanitária, Secretaria Estadual de Saúde e Ministério da Saúde. A Sanepar envia relatório dos resultados às Vigilâncias Sanitárias municipais, que recebem essas análises em primeira mão e alimentam o Sistema de Informação da Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), do Ministério da Saúde.
Além desse sistema, as mesmas informações ficam disponíveis para a população no site da Sanepar no campo “Qualidade da Água”, conforme exigência do decreto federal 5440.
Outros parâmetros constantes na legislação de potabilidade podem ser solicitados pelo cliente diretamente nos canais de atendimento da Sanepar.
Não há registro de qualquer notificação ou intervenção de nenhum órgão de vigilância na área da saúde, nem nas esferas municipais, na estadual e na federal, que acuse qualquer omissão ou irregularidade da Sanepar na qualidade da água fornecida pela Companhia.
Também não há nenhum registro de qualquer histórico de incidência de radioatividade na água nas unidades de produção da Sanepar.
As análises servem para a empresa identificar os problemas, avaliar o alcance e definir as ações de correção, que são feitas para garantir a potabilidade da água fornecida pela Sanepar em cada um dos 346 municípios atendidos pela Companhia.
A Sanepar atua de maneira rápida e com medidas de curto prazo quando há qualquer identificação, ainda que seja mínima, de padrões fora do Valor Máximo Permitido (VMP) de qualquer substância. O VMP é definido em portaria pelo Ministério da Saúde.
O monitoramento da Sanepar é realizado em todas as etapas: desde a captação da água nos rios e poços, no processo de tratamento e na rede de distribuição.
A Companhia tem uma das maiores e mais modernas redes de laboratórios de análises ambientais da América do Sul, com credenciamento pela Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro (CGCRE) de que seus processos são executados de forma precisa e de acordo com padrões de excelência definidos pela norma ISO/IEC 17.025:2017, da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Esta norma é exclusiva para laboratórios de ensaio e calibração, além de certificação NBR ISO9001:2015, desde 1997.