CASO SANDRI
A Polícia Civil de Umuarama prendeu na tarde desta sexta-feira (13) um homem de 45 anos, identificado apenas pelas iniciais G.D.S.M., acusado de tentar extorquir R$ 40 mil da família do médico Aléssio Fiori Sandri Júnior.
ACUSAÇÃO
O pediatra é suspeito de cometer supostos abusos sexuais contra pacientes. Até o momento cinco denúncias estão sob investigação da Delegacia da Mulher e do Ministério Público. Por haver envolvimento de vítimas menores de idade os casos seguem sob sigilo.
As denúncias ganharam repercussão nacional ao serem veiculadas pela Rede Record, após a atriz umuaramense Nina Marqueti interpretar seu próprio drama em uma peça nos palcos nova-iorquinos e criar a coragem de fazer a denúncia, quase dez anos após o suposto abuso.
EXTORSÃO
Segundo a polícia, após tomar conhecimento desta situação pela imprensa, o extorsionário entrou em contato com a família dizendo ser repórter de um veículo de comunicação paranaense e possuir imagens que incriminavam o referido médico, exigindo o valor inicial de R$ 40.000,00 para não divulgar o material.
Ainda segundo a polícia, após negociação com os familiares, o indivíduo reduziu a exigência para R$ 20.000,00 e combinou um local para troca dos materiais pelo dinheiro.
Segundo o delegado Gabriel Menezes, a família entrou em contato com a Polícia Civil, que acompanhou a situação e o encontro com o criminoso, oportunidade em que foi possível efetuar a prisão do suspeito. Na sequência, o homem foi conduzido até a Delegacia e autuado pelos crimes de extorsão e falsa identidade.
O autuado confessou os fatos e diz ter praticado o crime por necessidade financeira. Ele já possui passagem pela polícia por estelionato.
DENÚNCIAS
A voz de Nina Marqueti está ganhando coro com outras quatro denúncias, registradas aqui em Umuarama. Uma delas contra uma estagiária, na época com apenas 17 anos e as outras três de pacientes, duas pelo menos adolescentes.
O Ilustrado conversou com duas das vítimas e teve acesso aos boletins de ocorrência, onde as vítimas relatam de forma muito similar a forma como os supostos abusos aconteceram. As vítimas contam que durante os exames físicos o médico pedia para subirem a blusa e abrirem a calça. Quando começava a apalpar a barriga, acabava descendo a mão em direção a calcinha das meninas, segundo os boletins. Segundo as denúncias, os toques eram feitos sempre com a justificativa de fazer parte do exame.
#ONDE DÓI
No último dia 9 Nina Marqueti se tornou porta voz de uma campanha que estimula a denúncia pelas vítimas de violência sexual cometida por médicos. Denominada #Onde dói, ela foi criada por uma coalização de coletivos feministas, entre eles o Mulheres da Resistência no Exterior, do qual Nina faz parte.
Segundo dados da Folha de São Paulo, desde o lançamento da plataforma que oferece apoio jurídico e psicológico às vítimas mais de 1.800 depoimentos foram coletados apenas no Twitter.
OUTRO LADO
O Ilustrado tentou contato via telefone com o consultório do médico Aléssio Sandri Júnior sem sucesso. O espaço está aberto para manifestação do médico ou sua defesa.