FEMINICÍDIO
Familiares e amigos do homem de 40 anos acusado de assassinar a professora Viviane Brun, de 43, em Umuarama, devem enfrentar consequências criminais por terem ajudado o autor após o crime. Podem ser indiciados por crimes como favorecimento pessoal.
A delegada Fernanda Bertoco, responsável pela Delegacia da Mulher de Umuarama, anunciou essas medidas durante uma coletiva de imprensa na manhã de quinta-feira (28).
Segundo a delegada, durante a fuga o suspeito recebeu ajuda de familiares.
Confira alguns pontos abordados na coletiva:
CARONA E ARMA
Após o crime, o autor abandonou o veículo da vítima às margens da PR-580, entre os distritos de Serra dos Dourados e Santa Eliza. Aos policiais, o acusado disse que retornou a Umuarama com a ajuda de familiares.
Já a arma, um revólver, que pertence ao suspeito, foi encontrado na casa da irmã e do cunhado, moradores do Conjunto Guarani. A delegada afirmou que o casal tentou obstruir as investigações enterrando a arma no quintal.
CELULAR
Ainda segundo a policial, através do celular, o suspeito manteve contato com amigos e familiares durante toda a fuga. Sua intenção era permanecer escondido até passar o período do flagrante para se apresentar à polícia.
Os policiais conseguiram fechar o cerco ao suspeito e o prender na casa de um amigo, no fim da tarde de quarta-feira (27), quase 20 horas após o crime. “Fizemos o monitoramento do celular dele, o que nos ajudou na localização”, explicou a delegada Fernanda Bertoco. A ação também contou com poio de policiais civis de Icaraíma.
CONFISSÃO
Durante o interrogatório, a delegada informou que o autor confessou o crime, alegando que estava no local para “pegar” Viviane, mas que não tinha a intenção de atirar na filha dela.
Entretanto, um áudio, enviado ao ex-marido da vítima, o suspeito afirma que atirou na filha de Viviane e que a jovem, além do próprio pai, seriam os responsáveis pelo fim do relacionamento do casal.
MONITORAMENTO
A delegada destacou que o assassino já vinha monitorando a família e tinha acesso às câmeras de segurança da casa através de seu celular, o que reforça a tese de premeditação.
“O autor sabia o melhor momento para atacar. Como ele monitorava a casa pela câmera de segurança, sabia que a Viviane e os filhos estavam sozinhos no imóvel”, explicou.
As vítimas foram atacadas enquanto dormiam.
FEMINICÍDIO
A delegada declarou que o acusado enfrentará duas acusações de feminicídio doloso, sendo uma na forma tentada e outra consumada, com agravante de ter cometido o crime na presença de uma criança.
Ela informou que o autor estava em um relacionamento com a vítima há dois anos, já possuía um histórico de passagens por violência doméstica em relacionamentos anteriores e por dirigir sob a influência de álcool.
A Polícia Civil solicitou a prisão preventiva do autor e aguarda uma decisão do judiciário.
MOTIVAÇÃO
De acordo com a delegada, o assassino justificou o crime como resultado de ciúmes e alegou estar sob a influência de entorpecentes no momento do ataque. Disse também que havia saído de casa há dois dias e que não aceitava o término do relacionamento.
AMEAÇAS
A filha da vítima revelou que o homem vinha ameaçando a família, embora eles não tenham procurado as autoridades para denunciá-lo anteriormente. Esse foi o motivo para, além de trancar a porta, as vítimas encostarem um sofá na porta, para tentar impedir o acesso ao interior da casa pelo suspeito.
O CRIME
Conforme a delegada, o ataque ocorreu quando o ex-companheiro invadiu a casa da vítima sem proferir uma única palavra, abrindo fogo imediatamente. A filha da vítima, que tentou intervir para proteger a mãe, acabou sendo baleada na região do maxilar.
Na sequência o homem atirou na cabeça de Viviane, que morreu na hora. O crime foi testemunhado pelo filho com espectro autista da vítima, de apenas seis anos, que ficou em estado de choque.