Os ataques ao Supremo

Eliseu Auth

Tem quem odeia o Supremo Tribunal Federal e seus Ministros. Lamento porque deve ser gente que se acha acima da Constituição que ele interpreta. Lá está o Estado Democrático de Direito que os extremistas não aceitam. Essa não gosta da lei que põe limites. Em todo o tempo o Supremo cumpriu sua missão. Seguindo os princípios da Constituição protegeu vidas, vacinas, meio ambiente e a Democracia tão sabotados no governo que se foi. Aí falam que é ativismo político e atacam Ministros como Alexandre de Moraes que só fez a obrigação de conter o golpe em marcha. Extremistas odeiam a lei e a ordem. Nelas tem limites. Áí esta a razão dos ataques ao Supremo. 

Ninguém contou. Todos vimos a reunião do golpe contra as eleições, antes que elas acontecessem. Era o alto comando reunido, tramando golpe. A frustração da insanidade que culminou na quebradeira de oito de janeiro dói nessa gente. Estava tudo armado e planejado. A cobra estava pronta para dar o bote nas eleições e na Democracia. Até assessoria jurídica e minuta tinham. Não deu certo.  O exército não aceitou a insanidade, temendo que as ruas e a nação brasileira não o aceitariam também. Agora querem o quê?

Aos que atacam o Supremo que nos protege do arbítrio e da ditadura, digo que não venham com a conversa mole dos sofistas e da serpente do Éden. Ao proibir a comunicação entre os investigados pelo golpe, o Ministro Alexandre de Moraes não cometeu abuso algum contra o exercício da advocacia, como querem os leguléios. Não há incomunicabilidade para advogados das partes. O sigilo absoluto entre advogado cliente foi preservado e é inerente à profissão. A reação da OAB, mesmo achincalhada na reunião do golpe, foi estranha ao pedir a revogação do despacho já que não é verdade que os advogados estariam impedidos de se comunicar. A OAB tem que ter lado na obrigação estatutária de defender a ordem jurídica do Estado Democrático de Direito (Art. 44, I da Lei 8.906/94). O autoritarismo no Brasil sempre encontrou brava resistência da verdadeira advocacia que defende a lei e condena a anarquia.

     Diante do que refleti, dá para entender os ataques ao Supremo.

    (Eliseu Auth é promotor de justiça inativo, atualmente advogado).