OPERAÇÃO
A Polícia Federal, em parceria com a Receita Federal, lançou nesta quinta-feira (19) a Operação “GRADE A” com o intuito de reprimir a prática de crimes de descaminho, organização criminosa e lavagem de dinheiro. De acordo com a PF, a ação conjunta mobilizou um efetivo de cerca de 350 policiais federais e 53 servidores da Receita Federal, que cumpriram 70 mandados de prisão preventiva e 95 mandados de busca e apreensão nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Piauí.
No Paraná, os mandados foram cumpridos em Umuarama, Iporã, Altônia Douradina e Terra Roxa, Loanda, Marechal Cândido Rondon, Querência do Norte, Tapejara, Indianópolis, Cianorte, Campo Mourão, Maringá, Curitiba, Francisco Beltrão e Foz do Iguaçu.
Na Capital da Amizade, oito mandados foram cumpridos, sendo dois em lojas de telefonia. A PF não detalhou se os mandados cumpridos na cidade eram de busca e apreensão ou de prisão.
Conforme nota divulgada pela PF, a investigação concentra-se em um esquema de importação clandestina de eletrônicos provenientes do Paraguai. Essas mercadorias eram adquiridas por atacadistas e introduzidas irregularmente no mercado brasileiro, com o intuito de posterior revenda.
A PF informou que as diligências apontaram que os eletrônicos eram trazidos ao Brasil por meio de entradas secundárias na fronteira entre Mato Grosso do Sul e o Paraguai, onde eram armazenados em pontos de apoio na região fronteiriça, antes de serem transportados para outras regiões do país. Esse trânsito era realizado através da atuação de freteiros, responsáveis por atravessar a fronteira e entregar as mercadorias aos compradores.
O transporte até o destino ocorria utilizando veículos de pequeno porte equipados com compartimentos ocultos ou por meio de caminhões, frequentemente com as cargas ilícitas ocultas entre produtos lícitos, como alimentos e grãos.
De acordo com as estimativas da PF, os grupos investigados teriam movimentado mais de R$ 250 milhões em mercadorias desde o início da pandemia de COVID-19, período em que as fronteiras entre o Brasil e o Paraguai permaneceram fechadas por um longo período.
O nome da operação, “GRADE A”, faz referência aos celulares recondicionados que eram frequentemente importados e negociados pelos alvos da investigação.