Eliseu Auth
Os brasileiros que pensam estão muito preocupados com a situação da Venezuela. E não é para menos. Não falo das redes sociais que xingam, esconjuram, destilam ódio, prejulgam e babam asneiras como invadir o país vizinho. Também isso preocupa os que pensam e mantém o equilíbrio que precisa existir neste quadrante da história. Afinal, elas podem influir n´alguma decisão açodada e inconseqüente que seria um desastre para todos nós.
A crise da Venezuela é absolutamente séria. A gente pode discordar de tudo o que está acontecendo por lá, mas é de lá. Nenhuma ditadura ou totalitarismo conforta a quem se acostumou ao império da lei. Podemos nos solidarizar com a população sofrida de lá e fazer o possível para minorar a sua dor. Mas, saibamos que há interesses econômicos, ideológicos e políticos de grandes potências atrás da rotunda desse drama da vida real. Estados Unidos, China e Rússia são atores que podem entrar na cena que pode acontecer.
Os que pensam desaconselham que o Brasil tome a frente para qualquer intervenção o coisa que se equivalha. O editorial da “Folha de São Paulo” de 23.02.2019 referiu uma estúpida tirania chavista, mas aconselhou: “O emprego de força militar para resolver questões políticas da Venezuela deve ser descartado em nome dos princípios da não intervenção e da autodeterminação dos povos, expressos no artigo 4.º da Constituição de 1988”. Claro que é assim que deve ser.
E não se vá cair no canto de sereia do senhor “Trump”, chefe do norte. Ele pode estar querendo nos usar e nos empurrar os problemas venezuelanos quando temos tantos aqui dentro. Conforta que o vice-presidente Mourão e o exército brasileiro não querem a intervenção. É o que pensam os que pensam.
(Eliseu Auth é promtor de justiça inativo, atualmente advogado).
