11/09/2021
Luís Irajá Nogueira de Sá Júnior
Friedrick August Von Hayek (1.899 – 1.992), foi um economista e filósofo austríaco. Recebeu o Prêmio Nobel de Economia em 1.974. É considerado um dos maiores representantes da Escola Austríaca de pensamento econômico. Foi defensor do liberalismo clássico. É dele a frase: “A liberdade não se perde de uma vez, mas em fatias, como se corta um salame”.
A corrupção, no Brasil, criou raízes aparentemente indestrutíveis. Hoje quase todo setor público está aparelhado por membros de quadrilhas que atuam para drenar o dinheiro público aos cofres de meia dúzia de “Coronéis” que insistem em prosseguir mandando no país sem exercer qualquer cargo de mando na administração pública. Todavia, encontraram uma muralha de resistência na Gestão de Jair Bolsonaro que fechou os cofres públicos para corrupção. Por esta razão, entre outras, conquistou o ódio de muitos adversários políticos. O Presidente está lutando praticamente sozinho contra poderosos feudos (máfias) da corrupção, financiados por bilionárias corporações estrangeiras. São as chamadas “forças ocultas do poder”, sobre as quais outros governantes já mencionaram. No centro desta guerra está em jogo a nossa liberdade.
O único pilar de sustentação do Presidente no poder (defensor das nossas liberdades) é o povo reunido nas ruas, e, isso, vem ocorrendo com frequência. Todavia, no último dia sete de setembro, a multidão reunida mostrou sua força, pois de forma ordeira e pacífica, nos quatro cantos do país, milhões de pessoas clamaram por respeito às liberdades individuais. Deram um grito de “basta” ao abuso de poder. Sem medo de errar, foi uma das maiores manifestações públicas das últimas décadas, pois, em todas as cidades do país a população foi às ruas, de verde e amarelo para demonstrar apoio ao Presidente. Autorizou o Presidente a agir em prol da defesa da Constituição.
A quantidade de gente nas ruas foi tamanha que assustou a oposição. A reação dos “caciques” dos partidos de oposição foi imediata, ou seja, decidiram aprovar o impeachment do Presidente. Porém, sabem também, que sem o apoio popular não conseguirão votos suficientes para derrubar o Presidente. Isso soou como um balde de água fria nas cabeças dos líderes da oposição. O enfrentamento entre os poderes da república chegou ao limite. Certamente, o país não será mais o mesmo após este sete de setembro. Mudanças ocorrerão. Resta saber se serão para melhorar ou piorar o nível nas articulações políticas. Fato é que não há mais espaço para a política do “toma lá, dá cá”. Será que chegou o momento do amadurecimento da classe política no Brasil e, também, da politização do povo brasileiro? Espero que sim.
Seja qual for o desfecho destes fatos, o enfrentamento à corrupção continuará sendo tarefa muito difícil. Foram trinta anos com a esquerda no poder. Para desfazer o nó da corrupção, instalada no cerne da máquina pública (movida por funcionários de carreira concursados), levará, no mínimo, dez anos. Bolsonaro sabe disso, e, tem feito o que pode (dentro das quatro linhas da Constituição) para enfrentar o problema.
Creio que no mundo globalizado, não há mais espaço para rupturas institucionais e guerra civil. O prejuízo para a nação, e, para o povo brasileiro é incomensurável. Por esta razão não haverá, por ora, fechamento do Congresso nem Impeachment de Ministros do Supremo como a população gostaria que acontecesse. Eu disse, por ora, pois, sabiamente, foi erguida a bandeira da trégua. É preciso deixar Bolsonaro governar o país, sem ingerências.
Para esse fim, Michel Temer se apresentou como mediador para reunir as pontas, esgarçadas, da corda esticada do poder. O sucesso do trabalho dele passa pelo convencimento do Presidente do STF em determinar o arquivamento ilegal do “inquérito das fake News”, principal objeto de afronta ao Presidente da República e à liberdade civil dos brasileiros. É preciso acabar com o ativismo político do Poder Judiciário. No Senado, o mediador precisará convencer o Presidente da casa a dar um basta na CPI da pandemia, verdadeiro escárnio público do governo, e, fonte de imagem negativa para o Senado Federal. Por fim, deverá articular junto aos parlamentares das duas casas legislativas para trabalharem em prol do Brasil. Aprovar leis importantes para o país que estão, há anos, em discussão nas diversas comissões. Será que vai conseguir esse feito? A nossa liberdade ainda está em jogo!
Friedrick Hayek nos ensina que “A liberdade não é apenas um valor em particular é a fonte e a condição da maioria dos valores morais. O que uma sociedade livre oferece ao indivíduo é muito mais do que ele seria capaz de fazer se apenas ele fosse livre”. Fiquemos atentos nos desdobramentos da política, sobretudo a que diz respeito à proteção das nossas liberdades. Lembre-se: a nossa maior arma é o voto, e, a eleição está bem próxima!
Luís Irajá Nogueira de Sá Júnior
Advogado no Paraná – Palestrante
Professor do Curso de Direito da UNIPAR
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