O Presépio salta das escrituras e núncia a chegada do menino Jesus
25/12/2022 07H50
O Natal é uma data com diversas simbologias e os cristão contam com um ícone fundamental para contar a história do nascimento do menino Jesus de forma palpável para o cérebro, estamos falando do Presépio. A construção com figuras que saltam da Bíblia Sagrada foi criado por São Francisco de Assis em 1223 para facilitar a compreensão do acontecimento.
Em conversa com o padre Othon Etienne, da paróquia Santa Clara em Umuarama, ele ressaltou que o presépio é como um evangelho que salta das páginas da Sagrada Escritura. Armar o Presépio em nossas casas ajuda-nos a reviver a história sucedida em Belém. O padre acrescente que os Evangelhos continuam sendo a fonte para o conhecimento e a meditação, mas a representação no Presépio ajuda a imaginar e resgata quem está observando para dentro da história. “Aquele evento se torna vivo e atual”, explicou.
Padre Othon lembrou a carta do Papa Francisco de 2019 e ressaltou que a simbologia do presépio ao mesmo tempo em que contempla a representação do Natal, convida os espectadores a colocar a espiritualidade em prática, atraídos pela humildade daquele que se fez homem: “…a fim de encontrar com todo o homem, que se uniu a nós para podermos, também nós unir-nos a Ele”, disse.
Em sua carta o Papa Francisco fala que desde a sua origem franciscana, “…o presépio é um convite a sentir, a tocar a pobreza que escolheu, para Si mesmo, o Filho de Deus na sua encarnação, tornando-se assim, um apelo para seguirmos pelo caminho da humildade, do despojamento, que parte da manjedoura de Belém e leva até à Cruz. Um apelo ainda a encontrá-Lo e servi-Lo, com misericórdia, nos irmãos e irmãs mais necessitados (cf. Mt 25, 31-46)”.
Ainda na carta, o Papa fala dos vários sinais do presépio desde o cenário, a paisagem, os pobres, os pastores, os Reis Magos, Maria e José. “O coração do Presépio começa a palpitar, quando colocamos lá, no Natal, a figura do Menino Jesus. Assim nos apresenta Deus, num menino, para fazer-se acolher nos nossos braços. Naquela fraqueza e fragilidade, esconde o seu poder que tudo cria e transforma. Parece impossível, mas é assim: em Jesus, Deus foi criança e, nesta condição, quis revelar a grandeza do seu amor, que se manifesta num sorriso e em suas mãos estendidas para quem quer que seja”, dia 1 de dezembro de 2019, Papa Francisco.
SIMBOLOGIA CONFORME PAPA
Os mendigos e pessoas que não conhecem outra abundância a não ser a do coração. Também estas figuras estão próximas do Menino Jesus, sem que ninguém possa expulsá-las ou afastá-las do berço de tal modo improvisado que os pobres, ao seu redor, não destoam. Antes, os pobres são os privilegiados deste mistério e, muitas vezes, aqueles que melhor conseguem reconhecer a presença de Deus no meio de nós. No Presépio, os pobres e os simples lembram-nos que Deus Se faz homem para aqueles que mais sentem a necessidade do seu amor e pedem a sua proximidade.
Maria é uma mãe que contempla o seu menino e o mostra. A sua figura faz pensar no grande mistério que envolveu esta jovem, quando Deus bateu à porta do seu coração imaculado. Ao anúncio do anjo que lhe pedia para se tornar a mãe de Deus, Maria responde com obediência plena e total. Vemos a Mãe de Deus que não guarda o seu filho só para si, mas pede a todos que obedeçam à palavra dele e a ponham em prática .
São José, geralmente representado com o bordão na mão e, por vezes, também segurando um lampião. São José desempenha um papel de guardião que nunca se cansa de proteger a sua família. Quando Deus o avisar da ameaça de Herodes, não hesitará a pôr-se em viagem emigrando para o Egito e depois, passado o perigo, reconduzirá a família para Nazaré, onde será o primeiro educador de Jesus, na sua infância e adolescência. Homem justo que era sempre se entregou à vontade de Deus e pô-la em prática.
A figura do Menino Jesus, o nascimento duma criança suscita alegria e encanto, porque nos coloca perante o grande mistério da vida. Quando vemos brilhar os olhos dos jovens esposos diante do seu filho recém-nascido, compreendemos os sentimentos de Maria e José que, olhando o Menino Jesus, entreviam a presença de Deus na sua vida.
Os Reis Magos, aqueles sábios e ricos senhores do Oriente puseram-se a caminho rumo a Belém para conhecer Jesus e oferecer-Lhe de presente ouro, incenso e mirra. Estes presentes têm também um significado alegórico: o ouro honra a realeza de Jesus; o incenso, a sua divindade; a mirra, a sua humanidade sagrada que experimentará a morte e a sepultura. Os Magos ensinam que se pode partir de muito longe para chegar a Cristo. Não se deixam escandalizar pela pobreza do ambiente; não hesitam em pôr-se de joelhos e adorá-Lo. Diante d’Ele compreendem que Deus, tal como regula com soberana sabedoria o curso dos astros, assim também guia o curso da história, derrubando os poderosos e exaltando os humildes.
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