Eliseu Auth
Eliseu Auth
Na semana passada a Corte Internacional de Justiça, com sede em Haia e ligada à ONU, determinou que Israel páre ofensiva militar em Gaza, onde promove um massacre de civis palestinos. Também determinou que o Hamas liberte os reféns. Netanyahu, ditador que é, ignora tudo e continua despejando bombas sobre Gaza enquanto seus tanques impedem a entrada de alimentos para os palestinos famintos e ainda destroem o que vem à frente. A decisão do Tribunal de Haia fica sendo apenas simbólica por não ter meios de impô-la.
O mundo assiste essa tragédia e não consegue detê-la. Assim também é na guerra entre a Rússia e a sofrida Ucrânia, invadida pelo despotismo de Putin. Que mundo sem norte e sem pudor é este que não consegue sequer elaborar um plano de paz para conter a destruição completa da nação ucraniana?
A constatação a que chegamos é que aqui embaixo sentimos a falta de um poder supranacional. Um órgão ou colegiado de países que decida quesilhas e conflitos entre povos e nações, mas que tenha força para fazer cumprir a sua decisão. Évim vácuo sentido nas regras do orbe, especialmente nas horas de irracionalidade do ser humano. O papel deveria ser da ONU que tem prestado ótimos serviços à humanidade, mas esbarra em interesses conflitantes do individalismo de governos que não se bicam. Não há consenso possível no regime egoísta do “cada um faz o que quer e quem pode mais chora menos”.
Não, não estou delirando. Tem questões universais que deveriam formar uma diretriz obrigatória para povos e nações. Elas tratam da paz e da saúde ambiental do planeta. Todos o querem bom para morar. Então, que o cuidem. São questões de sobrevivência e co-existência de todos e para todos. É o bom senso quem diz isso, mas cadê que os chefes do mundo se dêem conta disso?
Quem gosta disso é a turma que propaga a liberdade sem limites. Para ela, quanto menos ordem, melhor. Não é de dmirar. William Godwin que inspirou essa gente alardeava que somos uma coleção de indivíduos necessitados de liberdade completa para alcançar a racionalidade e florescer. Limites e regras para quê? Para respeitar o outro? Ele que se lasque. Esse é o império da anarquia.
(Eliseu Auth é promotor de justiça inativo, atualmente advogado).